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PESQUISA PÚBLICA - Selo de denominação de origem para filé de tilápia de chavantes: uma inovação sustentável

PESQUISA PÚBLICA - Selo de denominação de origem para filé de tilápia de chavantes: uma inovação sustentável

Data de Publicação: 2 de fevereiro de 2025 19:23:00 Pesquisadores da Unesp desenvolvem protocolos que garantem a qualidade e autenticidade do filé de tilápia produzido no reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, promovendo a valorização do produto e a sustentabilidade na aquicultura.

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Da redação

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com diversas instituições de pesquisa, empresas e órgãos governamentais, criaram dois protocolos que resultaram na certificação de um selo de denominação de origem para o filé de tilápia (Oreochromis niloticus) produzido no reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, localizado na região sudoeste de São Paulo, próximo à divisa com o Paraná.

O selo assegura que o filé provém de um ambiente com
características únicas (Foto: Tavani Rocha Carvalho/Unesp)

O projeto, apoiado pela FAPESP, foi realizado no município de Fartura (SP), uma das 15 cidades que margeiam o reservatório. A escolha do local se deu pelas condições favoráveis do regime hídrico, que se mantém estável mesmo em períodos de seca.

Tavani Rocha Camargo, responsável pela pesquisa e vinculada ao Centro de Aquicultura da Unesp (Caunesp) em Jaboticabal, explica que o clima e as condições hídricas do reservatório contribuem para a produção de peixes de qualidade superior, resultando em características únicas para o filé.

Os resultados fazem parte do projeto “Plataforma IoT de predições da capacidade de suporte bioeconômica e serviços ecossistêmicos sob diferentes cenários climáticos, zootécnicos e financeiros de fazendas aquícolas em ambiente neotropical”, coordenado pelo professor Guilherme Wolff Bueno, da Faculdade de Ciências Agrárias do Vale do Ribeira (FCAVR) da Unesp.

Para garantir a exclusividade do produto, foi criado o selo “Filé de Tilápia Chavantes”, registrado como marca mista de certificação no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Segundo Bueno, o selo assegura que o filé provém de um ambiente com características únicas, elevando a qualidade percebida e a competitividade dos produtores no mercado.

A certificação também promove a sustentabilidade e a inovação na cadeia de produção aquícola, atendendo à crescente demanda por produtos diferenciados. Os pesquisadores afirmam que, embora a metodologia tenha sido desenvolvida para a região de Chavantes, ela pode ser aplicada em toda a indústria da tilápia no Brasil, permitindo a criação de outros selos de denominação de origem.

Os produtores interessados devem seguir dois protocolos detalhados em um manual publicado pelos pesquisadores para solicitar a certificação ao INPI. Os protocolos abrangem o manejo dos peixes e a qualidade do filé, definindo condições ideais de criação e valores de referência para análises químicas.

A escolha do local se deu pelas condições favoráveis do
regime hídrico (Foto: Guilherme Wolff Bueno/Unesp)

O projeto também gerou uma tese de doutorado defendida em 2024 por Naor Silveira Fialho no Caunesp. A denominação de origem é um tipo de indicação geográfica que distingue produtos com características únicas atribuídas ao seu meio de produção.

- Não existem, atualmente, protocolos específicos para aquicultura no Brasil que auxiliem os produtores a obter certificações de origem. Nosso projeto visa preencher essa lacuna e inspirar outras regiões a desenvolver iniciativas semelhantes - conclui Camargo.

O projeto contou com o apoio adicional da FAPESP, do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), e de diversos parceiros, incluindo a Empresa Piscicultura Cristalina, o Caunesp, e instituições de pesquisa e desenvolvimento.

Com informações de André Julião, da Agência FAPESP.

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