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CERRADO BAIANO - Bahia avança na produção de etanol com nova usina da Inpasa
Data de Publicação: 23 de outubro de 2024 08:29:00 A nova usina de etanol e demais derivados do milho em Eduardo Magalhães promete transformar a economia local, gerar milhares de empregos e tornar o estado autossuficiente em etanol até 2026.
A nova usina de etanol e demais derivados do milho em Eduardo Magalhães promete transformar a economia local, gerar milhares de empregos e tornar o estado autossuficiente em etanol até 2026.
Por Antônio Oliveira
O último dia 21 do corrente mês foi de grande importância para o desenvolvimento social e econômico do Cerrado baiano, que tem como principal fonte de geração de emprego e renda, de forma direta e indireta. Neste dia, a região deu mais um passo para o seu processo de industrialização de sua produção rural com o lançamento da pedra fundamental de mais uma unidade brasileira da Inpasa, a maior produtora da América Latina de combustível limpo e renovável à base de grãos, mais especificamente de milho. A cerimônia contou com a presença do proprietário da empresa, José Odvar Lopes; do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; secretários de Estado; do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Ondumar Ferreira Borges Junior; e demais lideranças políticas e empresariais da região e do estado da Bahia.
A usina
A usina tem previsão de entrar em operação no primeiro trimestre de 2026, tornando a Bahia autossuficiente em etanol. Os investimentos neste projeto são da ordem de R$ 1,3 bilhão, para uma capacidade de processamento anual de um milhão de toneladas de grãos. A produção contempla 460 milhões de litros/ano de etanol, 230 mil toneladas/ano de DDGS (Distiller's Dried Grains with Solubles), 23 mil toneladas/ano de óleo vegetal e 200 GWh ao ano de energia elétrica. A previsão é de que o projeto esteja totalmente concluído até janeiro de 2026.
Impacto econômico
Conforme o Governo da Bahia, a implantação da fábrica, “resultado do trabalho de atração de investimentos do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da Empresa Baiana de Ativos S.A (BahiaInveste), marca a expansão de biocombustíveis na Bahia, que deixará de importar cerca de 700 milhões de litros de etanol de Goiás, equivalente a 70% do consumo atual do Estado.”
Governador Jerônimo Rodrigues, presidente da empresa,
José Lopes e demais lideranças (Foto: Governo da Bahia)
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- Fico muito feliz em poder anunciar para o mundo que nós temos uma indústria com a capacidade da Inpasa no nosso estado. Vamos sair da condição de importador para exportador de combustível renovável, com matérias-primas também sendo produzidas em outros municípios, como São Desidério e Formosa do Rio Preto. Está no projeto também duplicar a rodovia do entorno junto ao Ministério dos Transportes para garantir um conforto para os veículos de carga trafegarem com segurança – disse o governador baiano, Jerônimo Rodrigues.
- A Inpasa sempre olhou para o Brasil como um todo. Luís Eduardo Magalhães chamou muita a nossa atenção porque é uma cidade verticalizada e com potencial industrial instalado. Nos deparamos com todo esse desenvolvimento e trabalho sendo realizado pelo Governo do Estado, que foi outro importante atrativo. Aqui também vamos gerar energia elétrica, tanto para consumo interno quanto para a exportação – disse Rafael Ranzolin, vice-presidente da Inpasa no Brasil.
Expectativas para o município
Conforme o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Ondumar Ferreira Borges Júnior, a expectativa do município é que a companhia impulsione soluções para os principais gargalos da região, dentre eles a falta de energia e o preço do combustível.
- Temos empresas que compram DDGS em outros estados. Agora, nós iremos produzir aqui em nosso município ração para bovinos, suínos e até para aves - afirmou.
A instalação de uma unidade da Inpasa no oeste da Bahia foi, também, resultado de articulações de produtores rurais e líderes políticos da região, tais como a secretária do Desenvolvimento Urbano da Bahia, Jusmari Oliveira, e seu esposo e ex-prefeito Oziel Oliveira; o produtor rural João Antônio Franciosi, entre outros líderes.
Oportunidades para produtores
- Atualmente, eu planto soja e algodão. Com a chegada da Inpasa, vou investir no plantio de milho para a segunda safra, porque a indústria nos permite uma melhor capacidade de negociação, além de favorecer o escoamento de insumos para a produção de proteína animal - destacou o produtor rural João Antônio Franciosi.
Geração de empregos
A expectativa é de que sejam gerados cerca de 2,5 mil postos de trabalho durante a obra e mais de 450 empregos diretos com o início das operações. Para viabilizar o empreendimento, serão envolvidos cerca de 200 fornecedores diretos e mais de 10 mil cargas transportadas. Com foco no atendimento à demanda de mão de obra, a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) vai articular a capacitação de baianos da região para a nova indústria.
- Já entramos em contato com a Inpasa e fizemos uma reunião com o setor de pessoal para verificar as necessidades de profissionais, de acordo com cada fase de implantação do projeto. A partir daí, identificaremos o perfil de cada um e a necessidade de qualificação, facilitando a contratação de pessoas aqui do Oeste - contou o secretário da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães.
Incentivos fiscais para a produção de etanol
Em setembro deste ano, o governador Jerônimo Rodrigues assinou o decreto que estabelece novos incentivos fiscais para a fabricação do etanol. A nova lei consiste em crédito presumido de 75% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) apurado nas operações com etanol anidro (puro, que é misturado à gasolina) e hidratado (comercializado nos postos de combustíveis), além dos chamados DDGs (coproduto da indústria de etanol de milho que pode ser usado na alimentação animal) e óleos diversos.
O decreto também prevê a desoneração de bens do ativo importados e do diferencial de alíquotas em relação a equipamentos adquiridos no país. Além disso, foi concedido um crédito presumido médio por litro de álcool anidro para a indústria fabricante, evitando aquisições do produto de outros estados com créditos fiscais superiores.
Produção de milho e sorgo na Bahia
A Bahia está entre os 10 maiores produtores de milho do país. Cerca de 43% da produção é realizada na região oeste do estado, onde está localizada Luís Eduardo Magalhães. Já a safra de sorgo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem potencial de crescimento e deve aumentar 42,3% em 2024. Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que a cultura vai expandir devido ao alto potencial de produção dos grãos, especialmente em situações de déficit hídrico e baixa fertilidade do solo, que oferecem riscos para outras culturas, como o milho.
Do ponto de vista de mercado, o cultivo de sorgo em sucessão a culturas de verão contribui para a oferta sustentável de alimentos de qualidade para a alimentação animal e a redução de custos, beneficiando tanto pecuaristas quanto a agroindústria de rações, além da biorrefinaria de etanol. Atualmente, na região produtora de grãos de sorgo do Brasil Central, o produto tem boa liquidez para os agricultores e se torna uma alternativa cada vez mais procurada pela indústria em busca de rações de qualidade a preços competitivos.
Inpasa pelo Brasil
Com atividades iniciadas em 2006 no Paraguai, a Inpasa possui duas plantas em operação em seu país de origem e três no Brasil, localizadas em Mato Grosso (Sinop e Nova Mutum) e Mato Grosso do Sul (Dourados e Sidrolândia). Além da unidade de Balsas, no Maranhão, com previsão de operações para o primeiro trimestre de 2025, e o recém-lançado projeto em Luís Eduardo Magalhães.
Com o aproveitamento de 100% dos grãos, a companhia gera produtos de valor agregado que já estão presentes em todas as partes do Brasil e em cinco continentes (etanol, DDGS, óleos vegetais, bioeletricidade e biogás). Desde a expansão das operações para o Brasil em 2018, a Inpasa tem impactado positivamente o setor agrícola, aumentando a liquidez e a concorrência por grãos.
*Com informações da Inpasa e do Governo da Bahia.
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