Da redação

A busca por fretes permanece elevada, afetando a movimentação de produtos agropecuários no Brasil, como revela o Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado nesta segunda-feira, 30. O crescimento na demanda por transporte, combinado à oferta reduzida de prestadores de serviço e ao aumento no preço do diesel, fez com que as cotações subissem em estados como Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí e São Paulo.

Foto: CNA

Em Mato Grosso, a intensificação da colheita e os custos elevados resultaram em um aumento de preços no final de fevereiro. No Piauí, os valores subiram 39% devido ao início antecipado da colheita da soja. No Maranhão, os embarques de soja pelo sistema multimodal da VLI fizeram os fretes aumentarem em 26,8% na rota de Balsas ao Terminal Portuário de São Luís.

Na Bahia, embora algumas localidades tenham registrado aumentos pela maior demanda, Irecê apresentou redução nos preços, em função do aumento na oferta de prestadores de serviço. Em São Paulo, os preços subiram levemente, mantendo-se em níveis históricos altos, devido à concorrência por caminhões com outras regiões. No Paraná, a valorização da soja impactou diretamente os fretes, com aumentos de 20% em Campo Mourão, 19,35% em Cascavel e 11,94% em Ponta Grossa.

Os estados do Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso do Sul também presenciaram aumentos significativos em fevereiro, impulsionados pela alta demanda, pela valorização do diesel e pela revisão da tabela de fretes. Em Goiás, a escassez de caminhões e a forte demanda, principalmente para os portos de Santos e Paranaguá, resultaram em aumentos de preços. No Distrito Federal, os aumentos variaram entre 12% e 15%, com foco nas rotas de Araguari (MG), Santos (SP) e Imbituba (SC). Em Mato Grosso do Sul, os fretes subiram devido à colheita de culturas de verão e ao aumento do ICMS, elevando os custos para o escoamento.

Setor Portuário e Exportações 

O Boletim indica que a exportação de milho em fevereiro foi inferior ao do mesmo período de 2024, enquanto os embarques de soja mais que dobraram em comparação ao ano passado. O Porto de Santos, o Arco Norte e Paranaguá foram os principais pontos de escoamento dessas commodities. A intensa demanda por transporte e os desafios logísticos permaneceram a aumentar os custos.

A importação de fertilizantes também cresceu nos primeiros meses de 2025, acompanhando os preparativos para o plantio da segunda safra de milho e dos cereais de inverno. Os portos do Arco Norte ampliaram sua participação, enquanto os volumes em Paranaguá e Santos se mantiveram estáveis em relação ao ano anterior.

Em relação ao farelo de soja, as previsões de exportação têm impulsionado o esmagamento da oleaginosa em um mercado competitivo com os Estados Unidos e a Argentina. Nos dois primeiros meses do ano, os volumes exportados permaneceram próximos aos do ano passado, com Santos, Paranaguá e Rio Grande liderando a movimentação.

O Boletim Logístico da Conab oferece uma visão detalhada da logística agropecuária em dez estados produtores, abordando o escoamento da safra, as rotas principais, a movimentação de cargas e o desempenho das exportações dos produtos agrícolas do Brasil. A edição completa está disponível no portal da Companhia.

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