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CARTA DE BELÉM: Propostas para sustentabilidade na aquicultura e pesca
Data de Publicação: 10 de maio de 2025 14:24:00 Mais de 30 entidades do setor de pescados assinam documento que propõe transformar a aquicultura e a pesca em pilares da economia de baixo carbono na Amazônia durante o 2º IFC Amazônia.
Da redação
Durante o 2º International Fish Congress & Fish Expo Amazônia (IFC Amazônia), que ocorreu em Belém entre 23 e 25 de abril, mais de 30 entidades do setor de pescados, incluindo pescadores, aquicultores, pesquisadores e cooperativas, assinaram a Carta de Belém. O evento, que atraiu mais de 6.600 participantes, resultou em um conjunto de propostas urgentes para estabelecer a aquicultura e a pesca como pilares da economia de baixo carbono na Amazônia. Esta carta será oficialmente entregue aos líderes globais na COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, primeira vez que a conferência climática da ONU ocorre no coração da floresta tropical.
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Carta de Belém, assinada por mais de 30 entidades do setor,
defende aquicultura e pesca como eixo central para desenvolvimento
sustentável da Amazônia na COP30 (Foto: IFC Amazônia)
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Aquicultura e pesca: estrutura para alimentação e sustentabilidade
A Carta de Belém enfatiza que a produção de pescado na Amazônia emite dez vezes menos gases de efeito estufa do que a pecuária, possuindo o potencial para se tornar uma importante fonte de proteína animal sustentável. Com 30 milhões de habitantes na região, a aquicultura surge como uma alternativa viável que combina segurança alimentar, geração de empregos e preservação dos ecossistemas.
- A Amazônia não é apenas carbono: é água, biodiversidade e vida. A aquicultura e a pesca bem geridas podem alimentar milhões sem desmatar - afirma Altemir Gregolin, presidente do IFC Amazônia.
Ele ressalta que é necessário implementar políticas e ações robustas por parte de governos, agências de fomento e investidores para fortalecer toda a cadeia produtiva e valorizar as comunidades locais que dependem da floresta.
Propostas fundamentais da Carta de Belém
O documento propõe medidas concretas para integrar a agenda climática à economia real, tais como:
- Inclusão da aquicultura e pesca no Fundo Clima: A proposta visa acesso a crédito com condições favoráveis, como juros mais baixos e prazos mais longos, criando um ambiente favorável para investimentos no setor.
- Tecnologia e infraestrutura verde: Criação de hubs de inovação em bioeconomia aquática e logística fluvial, utilizando energia solar para o escoamento da produção.
- Certificação e mercado global: Desenvolvimento da marca “Pescado da Amazônia”, com critérios de qualidade, rastreabilidade e créditos de carbono vinculados à comercialização.
- Direitos territoriais: Titulação coletiva das áreas de pesca tradicional para combater a grilagem e garantir a soberania alimentar das comunidades ribeirinhas e indígenas.
- Equidade de gênero: Programas de capacitação e acesso a crédito para mulheres envolvidas na aquicultura familiar.
COP30: Amazônia em foco nas discussões climáticas
A escolha de Belém como sede da COP30 simboliza o reconhecimento internacional da Amazônia como um ativo estratégico para mitigar as mudanças climáticas. A Carta de Belém destaca que proteger a floresta envolve investir em suas comunidades:
- Não existe neutralidade climática sem justiça social. Queremos que a COP30 ouça as vozes dos pescadores e aquicultores, não apenas de governos e corporações”, enfatiza Gregolin.
Dados que reforçam a urgência
- O Brasil produz 2 milhões de toneladas de pescado por ano, mas ocupa apenas o 13º lugar no ranking mundial.
- A aquicultura na Amazônia tem um grandioso potencial de expansão e pode se tornar um grande polo de produção de pescado a nível global.
- Investimentos estratégicos podem impulsionar rapidamente o crescimento do setor.
Próximos passos
A Carta de Belém será entregue aos organizadores da COP30 e a autoridades brasileiras e internacionais, com demandas claras para incluir a pesca e a aquicultura nos planos de desenvolvimento das administrações e agências de fomento da Amazônia. O documento também pleiteia uma governança global que reconheça essas atividades como essenciais para o cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris.
Assinada por mais de 30 entidades, incluindo cooperativas de pescadores, associações de aquicultores e instituições de pesquisa, a Carta de Belém representa uma chamada unificada para transformar a Amazônia em um modelo de desenvolvimento sustentável, fundamentado em sua biodiversidade e nas comunidades que trabalham para preservá-la.
Realização, Patrocínio e Apoio
A 2ª edição do IFC Amazônia é realizada em parceria com o CONBEP (Congresso Brasileiro de Engenharia de Pesca), com a co-realização da Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação).
Carta de Belém, aquicultura, pesca, economia de baixo carbono, COP30, sustentabilidade, Amazônia.

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