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CUSTOS - Desafios econômicos e a inflação alimentar no Brasil geram pressões no setor agropecuário

CUSTOS - Desafios econômicos e a inflação alimentar no Brasil geram pressões no setor agropecuário

Data de Publicação: 15 de abril de 2025 17:03:00 A alta nos custos dos fertilizantes e a instabilidade econômica ameaçam a produção agrícola e a inflação dos alimentos.

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Da redação

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado desafios crescentes relacionados à inflação, especialmente no que diz respeito aos preços dos alimentos. Essa situação é resultado de uma combinação de fatores econômicos, climáticos e geopolíticos, exacerbados pela volatilidade do dólar e pelo aumento dos custos dos fertilizantes, insumos essenciais para a agricultura.

O custo dos insumos, especialmente os fertilizantes, tem
pressionado o planejamento financeiro no campo (Foto: Aprosoja MT)

O Relatório Focus aponta uma previsão de 5,65% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025, enquanto a taxa Selic se mantém em 14,25%. Essas métricas impactam diretamente os custos de insumos como os fertilizantes, que são influenciados pelas variações cambiais e pelas dinâmicas globais de oferta e demanda. Com o dólar cotado a R$ 5,88, os custos dos insumos importados aumentam, pressionando os preços dos alimentos.

Uma análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) revela que a aquisição de fertilizantes para a safra 2025/26 em Mato Grosso está em ritmo lento, com apenas 38,4% dos produtores tendo feito compras até fevereiro deste ano, um índice bem abaixo da média das últimas cinco safras.

O custo da soja para a safra 2025/26, conforme o IMEA, aumentou 4,5%, atingindo R$ 7,43 mil por hectare. Os fertilizantes tiveram um incremento de 7,6%, representando R$ 1,86 mil por hectare. A relação de troca também se tornou menos favorável, exigindo mais sacas de soja para adquirir insumos como MAP e KCl. Houve queda no volume total importado de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos, cenário que reflete disponibilidade reduzida nos países de origem, como Rússia, Egito e China, e tem implicações diretas nos custos internos. Por exemplo, o MAP sofreu uma alta de 20%, alcançando em março, R$ 4.750 por tonelada no Mato Grosso.

Além disso, houve uma queda no volume total importado de fertilizantes, efeito da redução da disponibilidade nos países fornecedores, como Rússia, Egito e China. O preço do MAP, por exemplo, subiu 20%, atingindo R$ 4.750 por tonelada em março, no Mato Grosso.

A pressão dos custos dos fertilizantes está afetando o planejamento financeiro dos agricultores. Em Mato Grosso, o uso de fósforo, potássio e micronutrientes é crucial para a produtividade, mas os altos preços estão dificultando sua aquisição. A insegurança no mercado faz com que 56% dos produtores considerem a relação de troca desfavorável, exigindo mais sacas de soja para adquirir fertilizantes, o que prejudica as margens.

Diante dessa realidade, muitos agricultores planejam diminuir o uso de adubação. No caso do MAP, 10,6% dos produtores pretendem reduzir as doses, enquanto 47,3% afirmam que não utilizarão o insumo na próxima safra. Tendências semelhantes são observadas com o Super Simples, Super Triplo e o potássio (KCl), a redução do uso de fertilizantes pode comprometer a saúde das lavouras e afetar negativamente a produtividade.

- O produtor enfrenta decisões difíceis. Com custos elevados e acesso restrito a crédito, a tendência é cortar gastos, e o fertilizante costuma ser o primeiro alvo. Contudo, isso gera um efeito em cadeia: menos investimento nas lavouras, menor produtividade e alimentos mais caros para a população - comenta o presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber.

Essa situação levanta preocupações sobre o impacto inflacionário. A diminuição da produtividade pode reduzir a oferta de alimentos, pressionando os preços ao consumidor em um cenário onde a inflação já afeta as famílias brasileiras.

Outro ponto relevante é o atraso nas compras no segundo semestre, período crítico para a distribuição de fertilizantes. O levantamento do IMEA indica que 43,5% dos produtores ainda não definiram como financiarão suas aquisições de fertilizantes, ressaltando a insegurança no setor.

Os dados mostram como os desafios econômicos e o aumento dos custos dos fertilizantes impactam a produção agrícola e contribuem para a inflação dos alimentos no Brasil. O líder da Aprosoja-MT conclui:

- É essencial que o governo federal ajuste seus próprios custos e promova a estabilidade fiscal, para que a instabilidade econômica não recaia sobre quem produz e sobre quem consome.

Com informações da Aprosoja MT.

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