Tereza Nelma, secretária nacional da Aquicultura, compartilha sua trajetória e desafios na liderança da aquicultura brasileira, destacando a importância da participação feminina no setor

"Apesar dos desafios, como a burocracia e a falta de orçamento, cada dia é uma oportunidade de avançar um pouco mais na valorização e no fortalecimento da aquicultura sustentável brasileira" (Foto: Ascom/MPA)

Por Antônio Oliveira

A aquicultura brasileira conta com uma grande força feminina impulsionando-a. São as chamadas "Mulheres na Aquicultura". Uma dessas mulheres é a força do setor na área de políticas públicas no Ministério da Pesca e Aquicultura: Tereza Nelma, secretária nacional de Aquicultura. Para a retomada da coluna deste site dedicada às mulheres da aquicultura – Elas na Aquicultura –, nós a convidamos para um bate-papo. Para isso, convidamos duas aquicultoras: Sônia Ambar, de São Paulo, e Maria Ofélia Campigotto, de Santa Catarina, duas grandes lideranças femininas deste segmento do agronegócio brasileiro. O papo foi curto, pois o tempo que sobra para Tereza é escasso, devido à sua intensa dedicação à causa.

O papo foi via WhatsApp.

Comecei a entrevista expressando meu prazer em ter a secretária como entrevistada na retomada da série, que na sua primeira etapa virou livro.  Perguntei quem é Tereza Nelma, sob o ponto de vista pessoal, político e de executiva pública. Tereza Nelma agradeceu pela oportunidade e compartilhou um pouco de sua trajetória e motivações. Ela contou que nasceu em Arapiraca, Alagoas, e tem uma trajetória de mais de 35 anos dedicada à defesa dos direitos humanos. É psicóloga, especialista em Educação Especial e gestora pública. Ao longo de sua carreira, conforme ela, sempre buscou atuar em prol das minorias e dos mais vulneráveis. No campo político, foi vereadora em Maceió por quatro mandatos e posteriormente deputada federal por Alagoas, onde teve a honra de ser a primeira mulher a coordenar a bancada federal do estado e de assumir a Procuradoria da Mulher na Câmara dos Deputados. Recentemente, aceitou com muita alegria o desafio de ser Secretária Nacional de Aquicultura, onde continua a trabalhar com empenho para valorizar e desenvolver o setor da aquicultura e pesca no Brasil, sempre com foco nos trabalhadores e na sustentabilidade.

Maria Ofélia Campigotto lembrou do primeiro encontro com Tereza, que aconteceu em uma das primeiras visitas externas da secretária. Ela mencionou que Tereza, com seu inseparável caderno, começou a questionar e escrever, sedenta por informações sobre a aquicultura. Maria Ofélia falou sobre os maiores desafios da aquicultura, como a Lei Ambiental, a automatização e as "Mulheres Aquicultura BR". Perguntou como foram as expectativas iniciais de Tereza em comparação com a realidade atual da aquicultura no Brasil. Tereza lembrou bem daquele encontro e explicou que, desde o primeiro dia no cargo, se dedicou a entender a fundo os desafios e oportunidades do setor. Suas expectativas iniciais foram de muito trabalho e desafios, mas também de grandes oportunidades para transformação e desenvolvimento. Hoje, ela se orgulha dos avanços significativos, principalmente na construção de um mapa detalhado da aquicultura nacional, que está em desenvolvimento e permite conhecer melhor a produção em cada região, onde há cursos de capacitação, acesso a crédito e o volume de produção. Com base nessas informações, as ações se tornaram mais eficientes e direcionadas. Apesar dos desafios, como a burocracia e a falta de orçamento, cada dia é uma oportunidade de avançar um pouco mais na valorização e no fortalecimento da aquicultura sustentável brasileira.

"É fundamental que as mulheres vejam nela um exemplo de que é possível ocupar espaços de liderança e fazer a diferença" (Foto: Antônio Oliveira)

Perguntei ainda se Tereza se realiza pessoal, político e pessoalmente nesta função pública e no trabalho de promover a aquicultura brasileira e de ser uma das lideranças femininas do universo da aquicultura brasileira. Tereza afirmou que se sente extremamente realizada em todos esses aspectos. Promover a aquicultura sustentável no Brasil é uma missão que a enche de orgulho e alegria. É gratificante ver o impacto positivo das ações no dia a dia dos trabalhadores do setor. Além disso, como uma das lideranças femininas na aquicultura, Tereza se empenha em unir e empoderar as mulheres que atuam na área. É fundamental que as mulheres vejam nela um exemplo de que é possível ocupar espaços de liderança e fazer a diferença. Em cada projeto e ação, buscam sempre incluir e valorizar a participação feminina, pois acreditam que a diversidade é uma força indispensável para o desenvolvimento sustentável da aquicultura.

Encerro a proveitosa conversa anunciando que o espaço está reaberto, carinhosamente, para essas grandes lideranças.

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