Em resposta à provocação deste jornalista sobre a verdadeira e grande vocação econômica de Palmas, Eduardo Siqueira destacou o potencial do agronegócio e o uso múltiplo do lago, principalmente para piscicultura e irrigação, como vetores de desenvolvimento para a cidade.

A professora Josie Guedes sabatina o candidato Eduardo Siqueira Campos (Foto: Antônio Oliveira)

Por Antônio Oliveira

Na manhã deste sábado, 21, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet) promoveu uma sabatina com os candidatos à Prefeitura de Palmas: Vania Viana, Junior Geo e Eduardo Siqueira. A candidata Janad Valcari, líder nas pesquisas, não compareceu ao evento, alegando “momento acirrado”. O clima da sabatina, no entanto, foi marcado por respeito e democracia, com os candidatos respondendo a questões sobre a educação municipal e os interesses dos professores da rede pública.

Eu estive presente no evento, a convite de minha filha, Cáritas Gomes de Oliveira Almeida, pedagoga, autora, membro da diretoria do Sindicato e aproveitei a oportunidade para fazer uma ao candidato Eduardo Siqueira. O candidato havia mencionado, de forma breve, o agronegócio, o que me levou a questioná-lo sobre o que poderia ser uma grande vocação econômica de Palmas: os agronegócios de grãos e algodão na região de Buritirana (terras altas do município), a agricultura familiar, além do uso do lago para irrigação de hortifrutis e piscicultura - talvez este o  maior potencial econômico do município. Lembrei que, antes mesmo do enchimento do lago, seu pai, o ex-governador Siqueira Campos, já havia mostrado sua visão ao manter um peixe estilizado em sua mesa, sinalizando o potencial daquele corpo d'água.

Em resposta, Eduardo Siqueira fez duras críticas à falta de investimento no potencial econômico de Palmas. Ele lembrou que, apesar de Palmas atrair muitos produtores do Tocantins e de estados vizinhos como Piauí, Maranhão e Mato Grosso, o município não tem aproveitado adequadamente suas oportunidades. O candidato citou como exemplo o início do cultivo de peixes no lago de Palmas, em que o poder público forneceu 5 mil tanques-rede para pequenos piscicultores, mas atualmente muitos desses tanques estão desaparecidos ou em desuso. Ele também destacou a falta de infraestrutura, como plataformas de acesso ao lago e entrepostos para o processamento do peixe, como um entrave para o desenvolvimento da piscicultura.

Eduardo ainda ressaltou o potencial turístico de Palmas, mencionando o grande número de turistas que passam pela cidade a caminho do Jalapão. Ele argumentou que, em vez de ficarem esperando nos hotéis, esses visitantes poderiam estar explorando os pontos turísticos de Palmas, que permanecem subutilizados. Siqueira criticou o estado de abandono das praias da capital, destacando que muitos turistas preferem as praias do município vizinho, Lajeado.

O candidato defendeu o uso múltiplo do lago de Palmas, como para a prática de pesca esportiva, esportes náuticos, e a aquicultura, vendo o lago como um vetor econômico fundamental para o município. Ele também propôs um grande calçadão ao longo da orla do lago, como parte de um projeto mais amplo de revitalização da região.

Por fim, Eduardo Siqueira reforçou a importância de um desenvolvimento sustentável para os agronegócios em Palmas, defendendo a verticalização e a agroindustrialização, com o objetivo de agregar valor e gerar empregos e renda. Ele destacou a localização estratégica de Palmas, que tem o potencial de se tornar um centro logístico no coração do Brasil, principalmente após a viabilização da hidrovia entre Palmas e Lajeado, com a construção da eclusa do lago.

Siqueira também fez um apelo para que o cinturão verde de Palmas seja preservado e não transformado em loteamentos, garantindo que a cidade mantenha seu potencial para o agronegócio e desenvolvimento sustentável.

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