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PESQUISA - Duas novas espécies de peixe são encontradas nas cabeceiras do rio Sapucaí, na bacia do alto Paraná

PESQUISA - Duas novas espécies de peixe são encontradas nas cabeceiras do rio Sapucaí, na bacia do alto Paraná

Data de Publicação: 9 de dezembro de 2024 10:33:00 O estudo foi publicado na revista “Neotropical Ichthyology” por alunos de doutorado da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

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 O estudo foi publicado na revista “Neotropical Ichthyology” por alunos de doutorado da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

 

Neoplecostomus sapucai (Pedro Uzeda / Acervo Pesquisadores Ambiente )

 

Redação

Pesquisadores da UFLA e Unesp identificam duas novas espécies de peixes endêmicos na bacia do alto Paraná, revelando a rica biodiversidade da região e a importância de monitorar seu habitat.

Recentemente, duas novas espécies de Neoplecostomus foram descritas nas cabeceiras do rio Sapucaí, um afluente do rio Grande, que integra a bacia do alto Paraná. Essas espécies são endêmicas da Serra da Mantiqueira, localizada no Sudeste do Brasil. Com essa descoberta, a bacia do alto Paraná agora abriga 12 das 20 espécies conhecidas do gênero Neoplecostomus. O estudo foi publicado na revista “Neotropical Ichthyology” por alunos de doutorado da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

As amostragens realizadas em riachos de cabeceira têm se mostrado promissoras na identificação de novas espécies de loricarídeos, peixes de água doce de pequeno porte. O biólogo Pedro Uzeda, doutorando em Ecologia Aplicada na UFLA, destaca que os cascudinhos do gênero Neoplecostomus possuem distribuição geográfica restrita. Durante a análise de exemplares da bacia do rio Grande, foram identificadas duas novas espécies, mesmo em áreas próximas.

As novas espécies se diferenciam das conhecidas por características únicas. Embora os "cascudos" tenham o corpo coberto por placas ósseas, essas duas espécies apresentam uma redução dessas placas, resultando em laterais quase lisas. Além disso, elas exibem dimorfismo sexual dentário: os machos possuem de 30 a 40 dentes grandes, enquanto as fêmeas têm cerca de 80 dentes menores e mais delicados. Outros detalhes, como padrão de coloração e medidas corporais, também ajudam na diferenciação.

As duas novas espécies, Neoplecostomus altimontanus e Neoplecostomus sapucai, apresentam diferenças marcantes. O primeiro é mais discreto, com manchas escuras bem definidas e uma nadadeira adiposa maior, enquanto o segundo é mais colorido, com barras claras e uma nadadeira adiposa menor ou ausente. Essas distinções refletem a adaptação de cada espécie ao seu ambiente específico na Serra da Mantiqueira.

Esses peixes se alimentam principalmente de algas e matéria orgânica acumulada em superfícies subaquáticas, contribuindo para o controle do crescimento excessivo de algas e a manutenção da qualidade da água. Por habitarem altitudes entre 1.000 m e 1.500 m, são mais sensíveis a mudanças ambientais, tornando essencial seu monitoramento em face das mudanças climáticas.

Neoplecostomus altimontanus foi uma das espécies descobertas pelos pesquisadores na Serra da Mantiqueira (Foto: Pedro Uzeda/ Arquivo dos pesquisadores )

Uzeda enfatiza a importância de realizar monitoramentos regulares e levantamentos de biodiversidade nas regiões onde essas espécies ocorrem, a fim de compreender como as ações humanas e as mudanças ambientais impactam esses peixes e seus habitats.

Esse trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Fonte: Agência Boris.

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