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OPINIÃO - Ferrovia Oeste-Leste: Entendendo a realidade por trás dos equívocos

OPINIÃO - Ferrovia Oeste-Leste: Entendendo a realidade por trás dos equívocos

Data de Publicação: 9 de fevereiro de 2025 13:06:00 Uma análise do impacto da Ferrovia Oeste-Leste na logística nacional e no desenvolvimento regional. Um projeto de suma importância para a Bahia e o Tocantins, independente das mudanças anunciadas.

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1917: trecho da FIOL entre Caetité e São Desidério (Foto: Governo Federal)

Por Antônio Oliveira

Desde de 2007 tenho acompanhando com muita atenção e com certa dose de carinho o desenrolar do projeto da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL) que, a princípio, seria um ramal da Ferrovia Norte-Sul, ligando o Cerrado baiano à ferrovia idealizada pelo então presidente José Sarney, com vistas ao escoamento da produção de grãos daquela região da Bahia por meio do Porto de Itaqui, em São Luís do Maranhão.

Rejeitado (ainda em ideia), em 2005 ou 2006, não me lembro mais com precisão, pelo então governador Paulo Souto, da Bahia, em pergunta provocativa deste jornalista, cuja resposta foi, nunca esqueci e até mesmo está nos arquivos da minha revista: “Pode ser bom para o seu Tocantins, não para a minha Bahia).  o projeto, do Governo Federal, por meio dos Ministérios dos Transportes e Valec (estatal federal de construção de ferrovias) foi uma provocação deste editor, enquanto repórter e editor da revista Cerrado Rural Agronegócios, sucedida por este site, abraçado, preliminarmente pelo Governo do Presidente Lula;  por um grupo de produtores rurais ligados ao Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães; pelo então prefeito Oziel Oliveira e sua nobre senhora Jusmari Oliveira; pelo então produtor de café, citrus e gado bovino no Cerrado baiano, Humberto Santa Cruz; o produtor rural Odacil Ranzi; membros da diretoria da Associação dos Agricultores da Bahia (Aiba), na época,  entre outros e pelo Governo do Tocantins, por meio do então governador Marcelo Miranda e dos então secretários da Indústria e Comércio e da Agricultura, respectivamente, meu querido e saudoso amigo Eudoro Pedroza e Roberto Jorge Sahium; pelo então presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha; pela então senadora Kátia Abreu e, por fim, dando um grande impulso ao projeto, pelo então governador da Bahia, Jaques Wagner, que articulou que o projeto fosse mais extenso, deixando de ser apenas um ramal da Norte-Sul, para se transformar num projeto próprio, ligando a o oeste da Bahia ao litoral sul baiano a leste e a Norte-Sul a oeste. Sua Excelência foi de grande visão estrategista, seguido por seu sucessor, Rui Costa. Não posso esquecer do então vice-governador da Bahia, no Governo de Rui Costa, João Leão. Foi um grande lutador pela viabilidade da FIOL.

Bom paremos por aqui neste resumo da história da FIOL. Mas, por zelo e fidelidade a história do desenvolvimento do oeste da Bahia e do Tocantins e a dos seus protagonistas, ainda vou escrever este fato com todos os seus detalhes.

Atualmente, o Governo Federal resolveu fazer mais uma alteração no trecho da FIOL que passa pelo Tocantins. É a terceira alteração de entroncamento. O encontro da FIOL com a Norte-Sul não será mais em Figueirópolis, no sul do Tocantins,  conforme me confirmou nesta semana o Ministério dos Transportes (clique aqui para ler a matéria), mas em Mara Rosa, município do norte de Goiás.

 

"A FIOL não é apenas uma ferrovia; é o futuro do escoamento produtivo da Bahia e um passo rumo à integração nacional."

 

Também surgiu, atualmente, rumores de que o pátio multimodal da FIOL que seria no município de Barreiras, poderia ser construído no município de Luís Eduardo Magalhaes, reacendendo a velha rivalidade (ou ciumeiras) por desenvolvimento entre Barreiras e Luís Eduardo. Mas isto é até bom, mostra a competição pelo desenvolvimento social e econômico de suas lideranças políticas e empresariais.

Mas tudo tem um limite.

Estão, tanto no Tocantins quanto em Barreiras, politizando e partidarizando a questão até com sensacionalismo da imprensa. Um site baiano até atribuiu, de forma equivocada, o projeto da FIOL ao grande engenheiro mineiro Vasco Neto (Guaxupé, 25 de fevereiro de 1916 – Salvador, 30 de setembro de 2010), repetindo um erro do jornal Tribuna da Bahia, que escreveu isto ao noticiar a morte de Vasco Neto. O projeto deste era bem mais amplo e, como ele planejara em 1950,  ligaria o Porto de Campinho, na Baía de Camamu, na Bahia, ao Porto de Pisco, no Peru. Ele a chamava de Ferrovia Transulamericana e seria o primeiro corredor bioceânico, ligando o Atlântico ao Pacífico e abrindo caminho para que o leste da América do Sul fosse ligado à Ásia. É o que outro projeto pretende fazer.

 

FOTO-LEGENDA

 

Dezesseis de abril de 2007, foto de João Di Pietro, da Secretaria de Comunicação do
Tocantins. Da direita para a esquerda, na sala de reunião do gabinete da Governadoria:
Senadora Kátia Abreu, governador Marcelo Miranda, presidente da Valec, Juquinha,
uma pessoa que não me lembro, secretário Eudoro Pedrosa e o então deputado federal
Junior Marzola. Não me recordo dos demais presentes. A foto é concluída com as mãos
deste jornalista. Na extensão da mesa (cuja foto se perdeu nos arquivos da minha empresa,
mas a Secom/TO deve tê-la, assim como outras desta célebre reunião), estavam as
lideranças rurais do oeste da Bahia. Elas vieram retribuir, por meio do governador Marcelo,
a visita de lideranças rurais políticas do Tocantins aos produtores, projetos agroindustriais
e à sede da Aiba, em Luís Eduardo, realizada dias antes, promovida por este jornalista por
meio da revista Cerrado Rural. Como sabia que essas lideranças reforçariam a
articulação do projeto do ramal da Norte-Sul até o oeste baiano, Miranda antecipou o
projeto para o Juquinha e o convidou para esta reunião. (Antônio Oliveira)
 
 

Durante todo este tempo de construção da FIOL o que o Governo Federal, inclusive órgãos ambientais, buscam são a viabilidade econômica e ambiental do projeto. Se realidades econômicas, ambientais e de demandas apontam que o chamado porto seco deve ser construído em Barreiras e o Governo opta por Luís Eduardo Magalhães ou São Desidério ou vice versa, o Governo será responsabilizado por gastos equivocados e desnecessários, a sociedade, o MPF e o TCU vão cobrar. A realidade da logística na região, também. Não podemos nos dar ao luxo de um “elefante branco”.

Com todo o meu respeito, este pessoal tem que entender que a FIOL passou a fazer parte de um grande projeto nacional de logística ferroviária e se conectará, por meio da Norte-Sul a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), fazendo parte do Plano Nacional de Ferrovias, projeto ousado Governo Federal. Não apenas um município, uma região vão ganhar com isto, mas todo o Brasil, com grandes reflexos econômicos e sociais nas regiões e municípios que se sentem preteridas. Ao contrário, elas serão partes fundamentais deste grande projeto.

O Tocantins, o oeste e o leste da Bahia darão, por meio de seus potenciais agropecuários e minerais, darão uma grande contribuição para um novo plano logístico do Brasil.

Ferrovia Oeste-Leste / FIOL / Ferrovia Norte-Sul  / Esclarecimento  / Confusões  / Desenvolvimento Regional / Logística


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