Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência.
OPINIÃO/COP30 – Piscicultura e seus bons exemplos de sustentabilidade ambiental
Data de Publicação: 10 de março de 2025 09:18:00 A piscicultura brasileira é um exemplo de sustentabilidade, contribuindo inclusive para a mitigação dos impactos da pesca. Deveria ter espaço na COP30.
Por Antônio Oliveira
Em novembro deste ano, o Brasil, por meio de Belém, capital do Pará, será sede da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. Considerado um dos principais eventos do tema no mundo, a COP30 movimenta não apenas ambientalistas e governos com preocupação em amenizar os efeitos do aquecimento do planeta. Os setores brasileiros de indústria, agricultura e pecuária anunciam que querem se inserir nos debates deste grande evento ambiental, por clara necessidade, além de já terem agendado eventos prévios regionais. Um exemplo é a agricultura no Cerrado baiano, que realizará, entre os dias 15 e 16 de abril, o “Action Agenda on Regenerative Landscapes (AARL) Brazil Summit”, focando na discussão de políticas e investimentos para a recuperação de áreas degradadas e a expansão da agricultura regenerativa na região. A realização do evento na Bahia é fruto da articulação da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e outras instituições do setor.
![]() |
Claudia Kerber e Pedro Antônio dos Santos, da Redemar (Foto: Acervo pessoal) |
Agem com razão esses setores, pois não podem ficar de fora da COP30, debatendo e buscando soluções para uma produção mais sustentável, visando o equilíbrio ambiental do globo terrestre. No que diz respeito à aquicultura, especificamente no segmento de piscicultura (cultivo de peixes em cativeiro - em tanques escavados, suspensos ou em tanques-rede em águas correntes), este é um dos segmentos da produção de alimentos que mais cresce no Brasil. Na verdade, não sei dizer se seus representantes estarão na COP30, apresentando seus exemplos de crescimento sustentável na oferta de proteína animal de qualidade tanto no Brasil quanto no exterior.
A piscicultura brasileira, tanto nas águas doces quanto nas salgadas, tem se destacado com as espécies como tilápia, tambaqui, pacu, pintados, pirarucu, robalo, bijupará, mero e garoupa, e, segundo dados do Anuário PeixeBr da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), cresceu 9,2% em 2024, saltando de 887.029 toneladas em 2023 para 968.745 toneladas. Este crescimento é consistente nos últimos dez anos.
Entretanto, ainda há críticas infundadas sobre o impacto ambiental da piscicultura, especialmente em relação a águas correntes e tanques escavados ou suspensos. É um equívoco considerar que a piscicultura não é sustentável, pois, na verdade, ela requer água em abundância e qualidade. Sem a preocupação com a sustentabilidade e a preservação de recursos hídricos, qualquer investimento em fazendas de peixes será perdido.
Dois exemplos de boas práticas vêm à tona. O primeiro é de José Miguel Saud, especialista em tambaqui, pintado e pirarucu, em depoimento ao portal Agro em Campo, em publicação desse domingo, 9. Ele afirma que “o peixe é a proteína do futuro, consumindo menos recursos naturais, com ciclo produtivo mais rápido e menor impacto ambiental que outras formas de produção animal”. Ele também destaca que uma piscicultura bem manejada contribui para a preservação de estoques naturais e o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, contrastando com a pesca predatória que ameaça ecossistemas inteiros.
"Na piscicultura, sustentabilidade e sabor caminham lado a lado, provando que o futuro da alimentação pode ser ecológico."
O segundo exemplo é de Cláudia Kerber e seu esposo Pedro Antônio dos Santos, da empresa Redemar, fundada em 2008, em entrevista para a série “Mulheres da Aquicultura”, deste site (17/05/203 – clique aqui para ler a entrevista e aqui para comprar o livro) e que, juntamente com outras entrevistas, se transformou no livro “Elas na Aquicultura (Antônio Oliveira, editora Cerrado Editorial). Focando na sustentabilidade, a Redemar, do casal, realiza pesquisas e produção de peixes marinhos, como garoupa e bijupará. Eles mantêm parcerias com órgãos de pesquisa e ambientais, como a ONG ATEVI, e desenvolvem projetos importantes, como o Projeto Garoupa, que busca repovoar o meio marinho, e o Projeto Mergulhando com o Mero, focado na reprodução e criação de alevinos do mero. Esses projetos receberam reconhecimento da National Geographic e evidenciam o compromisso com a sustentabilidade.
Cláudia ressalta que o mero é uma espécie com crescimento significativo e adaptabilidade, além de promover – o projeto - educação ambiental com mais de 1000 visitantes anuais em sua empresa. Esses exemplos ilustram como práticas sustentáveis podem impactar positivamente a percepção ambiental das novas gerações.
Bom! Apresentei apenas dois casos e visão exemplares de sustentabilidade. Mas eles são muitos – digamos quase a totalidade, pois é preciso contabilizar as aventuras - Brasil afora, por consciência ambiental e por lógica de produção e mercado.
A piscicultura deveria ter espaço de destaque na COP30.
PISCICULTURA E COP30

AGROTINS: Entre o pão e o circo, um desvio de foco
A Feira de Agrotecnologias do Tocantins precisa retornar ao seu propósito original e evitar o uso político de recursos públicos. Saiba Mais +
MEMÓRIA – Dom Romerito e sua Clara: A roda da vida e a luz que parte
Um tributo à saudade que permeia a vida após a partida da Dra. Clara, ao amor eterno que uniu Romero e sua amada, e à dor das despedidas que ecoam na Saiba Mais +.png?=2666456-4)
ARTIGO: Governador Antônio Balbino
Um homem de visão e sensibilidade que transcendeu a política em busca do bem-estar social. Saiba Mais +
ARTIGO DE OPINIÃO - Da falta de comunicação, diplomacia e respeito do governo a “esse pessoal do Agro”
Para fortalecer o Brasil, o Agronegócio deve ser um conselheiro proativo, não um agente de desestabilização política e o governo tem que aprender a re Saiba Mais +Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|