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ARTIGO: Governador Antônio Balbino
Data de Publicação: 1 de março de 2025 20:00:00 Um homem de visão e sensibilidade que transcendeu a política em busca do bem-estar social.
A história política do Brasil é marcada por diversas personalidades que deixaram legados significativos em suas comunidades e no país. Entre essas figuras, Antônio Balbino se destaca não apenas por suas contribuições no campo da política e da educação, mas também pela profundidade de seus sentimentos e valores humanos. Ao reler e investigar sua trajetória através de biografias e ensaios de admiradores, é possível redescobrir a essência de um homem apaixonado por sua família e comprometido com o desenvolvimento social e econômico da Bahia.
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Governador Antônio Balbino (Foto: Acervo público) |
Por Antônio Oliveira
Estou pesquisando e relendo sobre Antônio Balbino (22/04/1912 - 05/05/2012). Nos últimos dias, em função de um trabalho especial, tenho concentrado minhas leituras no ensaio biográfico “Antônio Balbino – Catálogo Comemorativo do Centenário – 1912/2012” (Editora P & A - 2012), organizado por sua neta Tsylla Balbino e pela jornalista Thiara Reges, além do trabalho da historiadora baiana Andréa Correia de Oliveira, intitulado “Nos Caminhos do Interior – Planejamento no Governo Balbino” (Editora Zarte - 2024). Essas leituras têm sido enriquecedoras, pois revelam o caráter, os ideais e a sensibilidade humana de Antônio Balbino como esposo, pai e avô, bem como sua visão de mundo e de Estado. Ele se destacou na política, na advocacia, no jornalismo, na agropecuária e na cultura, sendo um grande tribuno e estadista.
É sobrinho do engenheiro civil, jornalista, empresário, agropecuarista e humanista Geraldo Rocha (04/07/1881 – 19/06/1959), um dos homens mais inteligentes que a Bahia já deu ao Brasil. Tive o prazer de biografá-lo em vídeo (“O Homem Geraldo Rocha”). Ele deveria ser a inspiração de todo homem público que se propõe a dirigir um Estado.
Antônio Balbino, baiano da minha querida Barreiras, formou-se em Direito na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se diplomou em 1932, além de ter cursado Economia Política na Sorbonne. Ao retornar a Salvador, onde morava na época, tornou-se professor de Finanças na Faculdade de Direito da Bahia e lecionou também na Faculdade de Filosofia.
Ingressou na política, sendo eleito deputado constituinte estadual nos anos de 1937 e 1947. Foi deputado federal e, durante o governo de Getúlio Vargas (1951-1954), atuou como ministro da Educação e Saúde. Governou o Estado da Bahia de 7 de abril de 1955 a 7 de abril de 1959, e foi ministro dos Negócios da Indústria e Comércio no governo de João Goulart. Por fim, foi senador até 1971, quando se afastou da vida pública.
Mas, ainda antes de deixar a política partidária, atuou ao lado de Otávio Mangabeira no movimento getulista na Bahia e, após o Golpe Militar de 1964, filiou-se ao MDB. Conforme li sobre ele, foi um político de centro-esquerda.
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Governador Antônio Balbino e dois dos
seus netos (foto: Acervo público)
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Conheci o governador Antônio Balbino em julho de 1983, quando ele inaugurou a Rádio Barreiras, a primeira emissora de rádio no oeste da Bahia, e me confiou a direção de Jornalismo da emissora, expressando-se da seguinte forma: “Esta rádio é a minha contribuição para a sociedade da minha terra natal. Não preciso mais de política e nem quero meus netos na política. Desejo que eles cuidem das empresas da família. Portanto, seja profissional e faça um jornalismo isento.” Essa posição que expressou e suas atitudes de honra, dignidade, ética e compromisso para comigo e com os demais colegas da emissora só aumentaram minha admiração por ele.
Legislador e Executivo com visão além de seu tempo, Balbino tinha um ideal de desenvolvimento social e econômico que tem seus reflexos até hoje na Bahia, como governador, e no país, como ministro. Quando governador da Bahia, em meio à forte oposição de uma elite política de Salvador e do litoral baiano, interiorizou suas ações de desenvolvimento social e econômico com iniciativas que permanecem até hoje em toda a Bahia, graças ao seu planejamento e a um programa de governo elaborado por Rômulo Almeida a pedido de Balbino, por meio da Comissão de Planejamento Econômico (CPE). Essa comissão era formada por economistas, cientistas sociais, educadores, urbanistas, sanitaristas e agrônomos. Os resultados desses estudos culminaram nas famosas “pastas rosas”, hoje arquivadas por uma universidade baiana.
Aliás, na agropecuária, desenvolveu projetos pensando tanto no grande agropecuarista quanto no pequeno, e algumas de suas realizações neste campo permanecem até hoje, como o Fundeagro (na época, Fundagro). Criou ainda muitos outros departamentos, órgãos e empresas estaduais, mas algumas delas, os seus sucessores deixaram cair, e hoje fazem falta aos agronegócios e à agricultura familiar, como uma rede de armazéns e silos, a Companhia de Armazéns, a Companhia de Sementes e Alimentação, a Companhia de Engenharia Rural, a Empresa de Conservação do Solo e Mecanização, e uma rede de frigoríficos públicos, a MAFRISA, construída e operada com fundos do Fundagro.
Fico por aqui no que diz respeito às ações de estadista do Governador Balbino. É um trabalho que vou focar com mais profundidade no meu trabalho documental especial mais para o futuro, até mesmo porque o objetivo deste artigo, idealizado e escrito neste sabadão de carnaval, para mim, que não gosto da Festa de Momo, um sábado sem graça, mais para lá do que para cá. O foco está naquilo que nós, homens e mulheres de ideal, temos de mais bonito: o bem-querer à pessoa amada, o carinho e a ternura. Sentimentos que jamais deveriam ficar ofuscada pela lida laborial de toda ordem.
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Antônio Balbino foi um homem muito apaixonado por sua esposa, Tsylla, por suas filhas e por seus netos. E, ao contrário de muitos homens e mulheres, também por sua sogra, a quem devotava um carinho muito grande.
Do ensaio biográfico de sua neta Tsylla e da jornalista Thiara Regis, eu pincei alguns trechos de suas cartas a sua amada, de quando ele estava no exercício de deputado federal no Rio de Janeiro. São expressões que nos tocam o coração.
Seguem nas entre aspas:
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Governador Balbino e sua Tsylla
(Foto: Acervo público)
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“Você bem deve avaliar que enquanto você não estiver aqui comigo, minha própria atividade estará com sua eficiência reduzida em mais da metade. Daí o ter eu desejado que você viesse passar a semana santa aqui, já que não me era possível ir eu até vocês...
Tenho feito uns passeios a pé , à noite. Fui uma vez a boate do Copacabana Palace, com Aloysio. Não fui, ainda, a teatro nem a cinema. Até agora continuo com o direito ao queijo do céu...
... Estou convencido de que você é o meu amor definitivo e irremovível. ...Que falta você me faz!”
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“...Sem você, nem sequer para trabalhar – eu tenho estado de espírito. Fico desarvorado. Você é meu ponto de amarração ao ideal e à vida, e a única pessoa em que eu, realmente, confio cem por cento”.
... Como vão os estudos de Zetinha e Solange? E a sogra? Diga a ela que não esqueci das gaitas deste mês. É que elas andam vasqueiras...
... Beijo para as filhas. Saudades para a sogra. Lembrança para os amigos
Do seu,
Antoninho
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“Aproveito a ida do Nelson para lhe escrever este bilhete.
Sinto, quando longe dos meus, de você sobretudo, que o meu lirismo de adolescente desponta com aquele velho teor de tão vibrantes expressões.
Sinto que somos ‘almas gêmeas’, de religião, de sua tia Vivi...
Beijos para Sossó e Zezinha. Abraços para a sogra. Saudades para os amigos.”
Em tempos de políticos medíocres, de mentes vazias e sem projetos para a sociedade, que visam tão somente a si mesmos; em tempos de escassez do verdadeiro amor e da poesia, reviver Antônio Balbino é um alento para nossos corações.
GOVERNADOR ANTÕNIO BALBINO

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