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AQUICULTURA: Uma solução sustentável para a segurança alimentar na Amazônia

AQUICULTURA: Uma solução sustentável para a segurança alimentar na Amazônia

Data de Publicação: 14 de março de 2025 08:29:00 Estudo ressalta a aquicultura como alternativa sustentável para segurança alimentar na Amazônia, destacando a necessidade de regulamentação e monitoramento.

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Da redação

A Agência FAPESP destaca que a aquicultura, comparada à pecuária, emite dez vezes menos gases de efeito estufa e ocupa de 20 a 100 vezes menos terra por tonelada de proteína animal produzida. Esses fatores fazem com que a aquicultura se configure como uma alternativa viável para promover a segurança alimentar de maneira sustentável na Amazônia.

Em Palmas, no Tocantins, aquicultor alimenta peixes
cultivados em tanques-rede (foto: Felipe Pacheco)

Um estudo publicado na revista Nature Sustainability, realizado por pesquisadores brasileiros e americanos, revela que a atividade se expandiu consideravelmente desde a década de 1980, oferecendo uma solução mais sustentável do que a criação de gado, a qual tem sido responsável por aproximadamente 80% do desmatamento na região nos últimos três decênios. Felipe Pacheco, primeiro autor do artigo e pesquisador da Universidade Cornell, enfatiza a necessidade de aprofundar o estudo sobre a aquicultura para entender seus impactos e potencial para mercados internacionais.

Os pesquisadores analisaram dados de cinco países da Amazônia (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru), com o Brasil se destacando como o maior produtor de peixes, especialmente na produção de espécies nativas em Rondônia. Marta Ummus, analista da Embrapa (Pesca e Aquicultura), ressalta o potencial do tambaqui como uma espécie com mercado consolidado e alta eficiência produtiva, capaz de crescer em outras regiões.

"A aquicultura na Amazônia é a chave para uma produção responsável e uma segurança alimentar duradoura."

O estudo conta com o apoio da FAPESP, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT) e da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa de Rondônia (Fapero), dentro da Iniciativa Amazônia+10. Jean Ometto, do INPE, destaca que a expansão da aquicultura deve ser baseada em dados sólidos, respeitando os limites ambientais.

Embora a atividade possua um grande potencial de crescimento na Amazônia, os autores alertam para a necessidade de abordagens prudentes, considerando regulamentações ambientais variáveis entre os estados e a importância do monitoramento para garantir a sustentabilidade.

Práticas inadequadas, como o barramento de igarapés e o manejo excessivo de ração, têm prejudicado a biodiversidade aquática e aumentado as emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a utilização de áreas já degradadas para tanques de aquicultura pode ser uma solução menos prejudicial, emitindo menos gases do que o abandono dessas áreas. Carolina Doria, da Universidade Federal de Rondônia, ressalta que a aquicultura pode ser feita nessas áreas de forma mais sustentável.

Pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia
visitam produtor no município de Alto Paraíso (Foto: Jucilene Cavali)

A aquicultura brasileira se destaca na produção de espécies nativas, como tambaqui e pirarucu, enfrentando a pressão para a introdução de espécies exóticas, como a tilápia. Embora essa última tenha vantagens de mercado, seus riscos incluem competição e predação de espécies nativas.

Os autores do estudo sublinham que o tambaqui pode fornecer características genéticas valiosas para variedades mais produtivas e resistentes. A aquicultura na Amazônia pode não apenas fortalecer a segurança alimentar, mas também contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações locais, com políticas que atendam produtores de todos os portes.

O artigo completo "Towards sustainable aquaculture in the Amazon" está disponível para assinantes em: www.nature.com/articles/s41893-024-01500-w.

Fonte: Agência Fapesp

AQUICULTURA SUSTENTÁVEL

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