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OPINIÃO - A infraestrutura aeroportuária necessária para o desenvolvimento do oeste da Bahia

OPINIÃO - A infraestrutura aeroportuária necessária para o desenvolvimento do oeste da Bahia

Data de Publicação: 1 de junho de 2024 12:06:00 Em resposta ao artigo "Desafios e soluções: O embate pelo aeroporto entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia", assinado pelo jornalista Antônio Oliveira, publicado em 28 de maio, no Centro-Oeste Farm News, Claudio Lemes Louzada, especialista na área, traz uma análise detalhada e técnica das necessidades aeroportuárias do Oeste da Bahia

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 Em resposta ao artigo "Desafios e soluções: O embate pelo aeroporto entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, na Bahia", assinado pelo jornalista Antônio Oliveira, publicado em 28 de maio, no Centro-Oeste Farm News, Claudio Lemes Louzada, especialista na área,  traz uma análise detalhada e técnica das necessidades aeroportuárias do Oeste da Bahia. Louzada argumenta que a região necessita urgentemente de três aeroportos com pistas modernas para atender à nova geração de aeronaves. Ele destaca a importância de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e Formosa do Rio Preto possuírem pistas adequadas para garantir o desenvolvimento econômico e a conectividade aérea da região. Confira sua visão completa sobre os requisitos de infraestrutura e a gestão dos recursos destinados à aviação civil no Brasil

 

Foto: Airbus

 

Por Claudio Lemes Louzada*

O Oeste da Bahia precisa imediatamente de três aeroportos com pistas modernas, maiores e de alta resistência do piso, PCN (Pavement Classification Number), em completo funcionamento. Isso é essencial para atender a nova geração de jatos como o Airbus A320-Neo (Foto) e A321-Neo, além dos Boeing 737 Max-8, Max-9 e Max-10, aeronaves de 175 a 230 passageiros.

  1. Barreiras deixou de ser um destino regional para se tornar uma cidade de interesse nacional, assim como seu aeroporto. É necessário uma pista básica de 2.200 x 45m + PCN50.

  1. Luís Eduardo Magalhães atualmente possui uma pista de 2.000m que a SEINFRA-BA está recapeando, perpetuando erros ao manter a largura da pista em 30 metros, reduzir a pista para 1.800m e manter a resistência do piso com um PCN13. A pista sugerida para LEM é de 2.000 x 45m + PCN44 ou superior.

  1. Formosa do Rio Preto precisa de uma pista de 1.600m, conforme o conceito brasileiro de Pista Mínima Regional, prevendo pista de 1.600 x 30m e PCN31 para atender aos turboélices atuais e a nova geração em desenvolvimento.

Resumo das necessidades aeroportuárias mínimas para o oeste da Bahia:

  1. Barreiras: 2.200 x 45m + PCN50
  2. Luís Eduardo Magalhães: 2.000 x 45m + PCN44
  3. Formosa do Rio Preto: 1.600 x 30m + PCN31

A prefeitura de Luís Eduardo Magalhães mostra um viés antiaéreo, sem entender as necessidades de um moderno sítio aeroportuário. O avanço indiscriminado da cidade sobre as áreas essenciais do aeroporto transformou-o em um aeroporto urbano. A pista de pouso já perdeu 200 metros de extensão e pode perder outros 200 metros devido à falta de controle sobre a verticalização de novas construções no entorno.

Exemplo de desenvolvimento aeroportuário: Londrina e Maringá, no Paraná, distantes entre si 97 km, cada uma mantém vários voos diários com Airbus A320-Neo e Boeing 737 Max-8.

Verbas para adequar e construir aeroportos:

O FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil) arrecada anualmente até R$ 4,5 bilhões para infraestrutura aeroportuária. Em 2023, o setor público investiu apenas R$ 187 milhões e o setor privado R$ 1,2 bilhão. Em 2024, a previsão é de R$ 480 milhões do FNAC e R$ 2,6 bilhões do setor privado.

Para onde vai a diferença dessa verba arrecadada? Essa verba, anteriormente aplicada exclusivamente na aviação, foi redirecionada pelo PT para formar superávit primário ou para outros ministérios.

O Governo Federal normalmente financia entre 70% a 97% dos investimentos em novos aeroportos, com o Estado e o Município cobrindo a diferença. Sempre houve dinheiro para investir na aviação e nos aeroportos regionais e nacionais brasileiros. Nada justifica manter o aeroporto municipal aquém das necessidades da moderna aviação do século 21.

Exemplos recentes de pistas:

  • Barreiras: 1.950 x 30m (projeto da Seinfra-BA)
  • Vitória da Conquista, BA: 2.100 x 45m
  • Jericoacoara, CE: 2.200 x 45m
  • Maragogi, AL: 2.200 x 45m (em construção)
  • Dourados, MS: 2.250 x 45m (em construção)
  • Caruaru, PE: 2.250 x 45m (em adequação)
  • Maringá, PR: 2.380 x 45m
  • Florianópolis, SC: 2.400 x 45m
  • Juiz de Fora, MG: 2.525 x 45m
  • Cabo Frio, RJ: 2.550 x 45m
  • São Gabriel da Cachoeira, AM: 2.600 x 45m

Pistas acima de 1.800m não devem ter apenas 30m de largura. Erro gravíssimo!

 

*Claudio Lemes Louzada, gaúcho de Porto Alegre, radicado em São Paulo – SP. Consultor parlamentar para o modal. Planejador sênior de rotas aéreas. Ex-gerente geral de transportes da operadora internacional de turismo Fulltraveltours. Lisboa – Jerusalém – Varsóvia – São Paulo. Comandante da RioSul, Varig e Gol. Possui grande experiência em turboélices regionais, jatos comerciais, voos internacionais e consultoria.

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