A nova rota de exportação pelo Porto de Salvador, com destino direto à Ásia, oferece uma opção logística vantajosa para os produtores baianos, reduzindo distâncias e custos em comparação ao Porto de Santos

Da redação

A Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) participou de uma nova rodada de discussões estratégicas para fortalecer e ampliar o escoamento da produção de algodão da Bahia pela nova rota de exportação, que utiliza o Porto de Salvador como ponto de partida direto para a Ásia. O encontro, organizado pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), contou com a presença de representantes de tradings e das empresas MSC e Wilson Sons/Tecon, responsáveis pelo terminal portuário de Salvador. Durante a reunião, foram apresentados os recentes investimentos no sistema portuário e no setor de navegação, que tornaram possível a operação de transporte internacional de cargas pela capital baiana.

O marco inicial dessa nova rota foi a partida do navio MSC Orion, que, em 24 de julho, zarpou pela primeira vez do Brasil carregado com soja, algodão, café e outros produtos agrícolas, inaugurando o trajeto Salvador-Ásia.

Os produtores baianos veem essa nova rota como uma opção promissora (Foto: Abapa)

- Estabelecer essa rota direta foi um grande desafio, e agora precisamos garantir sua continuidade. Recebemos todas as informações logísticas necessárias para a operação, desde a recepção e armazenamento até o carregamento e acomodação final dos contêineres no navio. Para os produtores e tradings, essas informações são essenciais na tomada de decisões de exportação e para eventuais ajustes logísticos - afirmou Alessandra Zanotto Costa, primeira vice-presidente da Abapa, que representou a associação ao lado do segundo vice-presidente, Paulo Schmidt, e do diretor executivo, Gustavo Prado.

Os produtores baianos veem essa nova rota como uma opção promissora, com potencial para reduzir significativamente os custos logísticos em comparação com o transporte via Porto de Santos, em São Paulo. A Abapa tem monitorado de perto essa nova via, buscando otimizar o transporte do algodão e diminuir a distância entre o Oeste da Bahia e o Porto de Salvador, que é de 900 km, em comparação aos 1.600 km até Santos, o principal ponto de exportação atual.

A produtora Ana Paula Franciosi, que participou do encontro e ajudou na articulação junto à Anea, já utiliza a rota de Salvador para suas exportações.

- Essa nova rota semanal de navios de grande porte para a Ásia é viável tanto em termos de custo quanto de logística para o algodão da Bahia e do MATOPIBA. Começamos a nos organizar durante a Bahia Farm Show do ano passado, e agora, com a rota em operação, estamos incentivando outros produtores a adotá-la para aumentar o volume exportado e garantir a regularidade nas exportações pelos nossos portos - destacou.

Para a Abapa, o encontro foi uma oportunidade de esclarecer dúvidas e fortalecer os laços com os envolvidos na logística de transporte marítimo.

- Saímos otimistas e confiantes de que essa é uma opção viável para os produtores da Bahia e do Matopiba, que garantirá a redução dos custos logísticos e a segurança necessária para que nosso algodão chegue aos mercados compradores em perfeitas condições -  avaliou Alessandra Zanotto Costa. A Abapa também destacou a importância da Anea na intermediação das demandas dos cotonicultores e na promoção do algodão brasileiro nos mercados internacionais.

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