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ALERTA - Medições globais subestimam avanço da crise climática

ALERTA - Medições globais subestimam avanço da crise climática

Data de Publicação: 23 de setembro de 2024 10:15:00 Grupo de especialistas aponta falhas nas medições de aquecimento global e faz recomendações urgentes para evitar desastre climático, com foco especial no Brasil.

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 Grupo de especialistas aponta falhas nas medições de aquecimento global e faz recomendações urgentes para evitar desastre climático, com foco especial no Brasil.

 

Da redação

Um novo relatório do Grupo Consultivo para a Crise Climática (CCAG) revela que as medições de temperatura global de longo prazo estão subestimando o real avanço do aquecimento global. Lançado na segunda-feira (23), o estudo alerta que essa imprecisão mascara a verdadeira gravidade do aumento das temperaturas, que já está impactando comunidades vulneráveis ao redor do mundo, incluindo o Brasil.

O relatório foi divulgado durante a Semana do Clima de Nova Iorque, um dos maiores eventos globais sobre mudanças climáticas. O documento, elaborado por 16 especialistas de dez países, destaca a necessidade de maior precisão no monitoramento climático para limitar o aquecimento global a até 1,5ºC. Segundo o grupo, é fundamental incluir os níveis atmosféricos de gases de efeito estufa como indicadores críticos em tempo real das mudanças climáticas.

Desmatamento da floresta amazônica e outros ecossistemas e produção de petróleo afastam Brasil de metas climáticas, segundo CCAG (Foto: Fernando Cruz Noronha/Amazônia Real)

O Brasil, em particular, enfrenta desafios significativos. O país não está no caminho para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, devido ao desmatamento da Amazônia e de outros biomas, além da dependência da produção de petróleo. Apesar de uma redução parcial no desmatamento desde a eleição de Lula, outros ecossistemas, como o Cerrado, continuam sofrendo com taxas elevadas de degradação.

A produção de petróleo no Brasil também coloca obstáculos para a transição energética. O país é um dos dez maiores produtores mundiais, com 44% do seu consumo de energia vindo de fontes fósseis. Segundo Mercedes Bustamante, pesquisadora da UnB e membro do CCAG, o Brasil enfrenta a difícil tarefa de equilibrar suas necessidades econômicas com suas metas climáticas, ressaltando que “o uso de receita do petróleo para financiar energia renovável é uma solução insustentável”.

O relatório apresenta quatro recomendações principais para reverter a crise climática: promover a equidade global através de financiamentos e liderança colaborativa, desvincular o bem-estar econômico do consumo de combustíveis fósseis, acabar com subsídios a esses combustíveis e proteger a biodiversidade e as comunidades indígenas.

- Um futuro seguro ainda é possível, mas requer ação urgente de todas as nações - conclui David King, líder do CCAG.

*Fonte: Agência Bori

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