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ENTREVISTA –Major Negreiros, novo secretário de Agricultura e Serviço Interior de Palmas, destaca integração e desenvolvimento sustentável
Data de Publicação: 7 de fevereiro de 2025 12:28:00 O Major Negreiros reafirma o compromisso da gestão municipal em fortalecer a agricultura familiar e a infraestrutura rural, promovendo parcerias essenciais para o desenvolvimento regional.
Por Antônio Oliveira
Na recente entrevista com o Major Negreiros, novo secretário de Agricultura e Serviços do Interior de Palmas, a discussão girou em torno das mudanças significativas na gestão municipal e das novas diretrizes que visam impulsionar a agricultura familiar e a infraestrutura rural. Com a reestruturação da Secretaria, que anteriormente se chamava Secretaria da Produção e Desenvolvimento Rural, Negreiros destacou a ampliação das responsabilidades da pasta, que agora não se limita apenas à agricultura, mas também abrange a melhoria das estradas rurais e a assistência a pequenos agricultores. O secretário enfatizou a determinação do prefeito Eduardo Siqueira Campos em promover a logística necessária para que a produção local chegue ao consumidor, além de abordar a importância de parcerias entre as prefeituras da região metropolitana e o governo do Estado para enfrentar os desafios locais. A entrevista revelou um panorama otimista, com iniciativas voltadas para o fortalecimento da produção rural e o bem-estar das comunidades, além de um apelo por uma maior colaboração entre os diferentes níveis de governo.
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Major Negreiros, secretário de Agricultura e Interior de Palmas (Foto: Regiane Rocha/Secom Palmas) |
Cerrado Rural - Secretário, com a mudança na gestão municipal e na gestão desta Secretaria, o senhor volta com um novo titular. Houve uma alteração na denominação da Secretaria, que passou de Secretaria da Produção para Secretaria de Agricultura e Serviços do Interior. Entendemos a parte de Agricultura, mas e quanto aos Serviços do Interior? Poderia nos explicar?
Major Negreiros - Estamos aqui pela terceira vez, e agradecemos ao prefeito Eduardo Siqueira Campos por nos proporcionar essa oportunidade e integrar esta pasta. Anteriormente, quando era a Secretaria do Desenvolvimento Rural (SDR), o foco era exclusivamente a agricultura.
Agora, temos uma nova responsabilidade: cuidar de todo o interior do município. Isso significa que, se houver problemas com asfalto nas áreas rurais, essa secretaria será a encarregada de realizar as melhorias nas estradas, não apenas em relação à produção agrícola. Também somos responsáveis pela assistência à produção agrícola e pela entrega de calcário. Além disso, cuidamos do preparo do solo para os pequenos agricultores, permitindo que eles possam plantar adequadamente.
Todos os serviços voltados para a zona rural estarão sob a nossa responsabilidade. E isso se estende à zona urbana, com iniciativas como as hortas empreendedoras, que são nossas hortas comunitárias.
Temos uma demanda significativa e uma responsabilidade grandiosa que agora está sob nosso comando.
Cerrado Rural - Seria a infraestrutura dentro da pasta da agricultura?
Major Negreiros - Isto, todo a zona rural do município está sob nossa responsabilidade.
Cerrado Rural - Qual é a determinação do prefeito Eduardo Siqueira Campos para alavancar de vez a agricultura no município, principalmente a familiar, que é uma vocação muito grande do município?
Major Negreiros - Hoje, a determinação do Prefeito é fornecer a logística necessária para que a produção do campo chegue até o consumidor, às feiras e às escolas.
Estamos trabalhando na melhoria das estradas e no preparo da terra, oferecendo calcário e adubo, para garantir que os produtores tenham as condições adequadas para produzir e escoar suas colheitas. Por exemplo, quando um produtor compra calcário, ele apresenta a nota fiscal e nós disponibilizamos um caminhão para transportar o calcário até sua propriedade, facilitando o processo. O custo do calcário em si não é alto, mas o frete pode ser caro, e é a Prefeitura que arca com essa despesa.
Além disso, temos um programa voltado para a bacia leiteira, que inclui a melhoria das pastagens. Contamos com técnicos que oferecem assistência aos produtores, indo até as localidades quando solicitado.
Estamos promovendo a melhoria do rebanho bovino do município por meio da doação de sêmen de gado melhorado. Além do sêmen, realizamos a inseminação com o apoio de um técnico especializado, visando aumentar a produção de leite na nossa cidade.
Assim, a Prefeitura está oferecendo todas as condições necessárias, e, se não me engano, não deve haver outra cidade no país que faça tanto pelo setor rural quanto a Prefeitura de Palmas.
Cerrado Rural - Secretário, o município de Palmas, especialmente a sua sede, possui uma grande rede de supermercados, com empresas locais e nacionais, além de uma Ceasa. No entanto, muitos hortifrutigranjeiros vêm de fora. O que é necessário para que a agricultura local abasteça mais essa rede de supermercados, hotéis, restaurantes e até mesmo a própria Ceasa?
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Major Negreiros - A cidade cresce e evolui constantemente, e antes não tínhamos essa produção. Estamos apenas começando. Concorríamos com um mercado muito forte, que era o de Goiás. Por exemplo, hoje temos a questão do alface hidropônico, que antes vinha de fora, mas agora já é fornecido por um produtor de Taquaruçu (distrito palmense), que abastece a maioria dos mercados de Palmas, como o Atacadão e o Assaí. Além disso, ele também está fornecendo para os municípios de Araguaína e Gurupi, que são, respectivamente, a segunda e a maior cidades do Tocantins.
Isso significa que, devido ao fomento que ocorreu em nossa cidade, já estamos começando a suprir não apenas o nosso mercado, mas também o das cidades vizinhas à nossa capital.
Portanto, o que precisamos é oferecer condições, melhorar a logística e as estradas, para que o produtor possa realmente produzir. E isso é algo que a Prefeitura tem feito, oferecendo condições que nenhuma outra prefeitura tem proporcionado. Tenho observado que a produção de proteína animal, como leite, carne bovina e avicultura, tem crescido, apesar de todos os obstáculos.
Cerrado Rural – Enfim, qual é a política pública municipal de fomento à produção rural e como ela funciona, especialmente em um setor complexo como a produção de proteína animal?
Major Negreiros - Olha, uma das dificuldades atuais dos produtores de animais, como gado, aves, suínos e peixes, é a falta de locais para abate. Temos grandes frigoríficos nas proximidades, mas para quem possui apenas uma ou duas cabeças de gado, torna-se inviável levá-las até esses frigoríficos. Muitas vezes, isso resulta no abate clandestino na própria fazenda.
Por isso, uma das recomendações do Prefeito é que possamos buscar tanto recursos quanto uma área para a construção de um frigorífico municipal, um abatedouro municipal, que possa dar suporte aos produtores. Atualmente, já temos algumas empresas nos procurando para investir na questão da alimentação do gado e dos suínos. Um exemplo é a moringa, um produto que está entrando agora no mercado. Recebi, na semana passada, um produtor desse vegetal que deseja desenvolver essa cultura no município, a qual já é bastante produzida no Nordeste do país.
Ele quer produzir aqui para facilitar a alimentação dos animais. No entanto, precisamos fomentar, ajudar, participar e discutir, não apenas com o município, mas também em conjunto com o Estado, para que possamos suprir as necessidades da nossa cidade.
Cerrado Rural - Secretário, quando Siqueira Campos criou o município de Palmas, ele já previu um projeto chamado Cinturão Verde, que consistia em chácaras de produção para abastecer a capital. No entanto, se não me engano, isso pouco funcionou. Como o senhor vê essa questão? Há como resgatar esse projeto?
Major Negreiros - Olha, eu acho que não funciona 100%, mas funciona. Hoje, por exemplo, temos as hortas empreendedoras, que são, se não me engano, 21. Elas operam com o apoio do município, que fornece adubação e sementes.
Essas hortas produzem para o nosso consumo. Temos um projeto no São João (projeto de hortifruti irrigado, no município de Porto Nacional, divisa com Palmas) que também cultiva alface e quiabo. Tudo é produzido aqui e consumido em Palmas.
Além disso, temos o projeto da Agrotins (Agrovila), que também realiza produções. Portanto, embora não seja um projeto contínuo, há diversas propriedades que funcionam. Hoje, cerca de 70% a 80% do que consumimos diariamente em nossas casas é produzido aqui, dentro da nossa cidade.
Talvez isso não apareça tanto, muitas vezes devido à falta de visibilidade na mídia. Esperamos um projeto grandioso, quase faraônico, como o Cinturão Verde de Palmas. No meu entendimento, não há necessidade disso.
É importante que o projeto funcione de forma contínua e que a Prefeitura ofereça as condições necessárias para que possamos produzir e consumir localmente. Tenho certeza de que isso está acontecendo, embora não da forma grandiosa que muitas vezes imaginamos, em que poderíamos produzir aqui e exportar para outros estados. Mas, pelo consumo interno, é isso que temos atualmente.
Cerrado Rural - O senhor falou agora há pouco sobre frigoríficos e a questão do gado bovino. Lembro-me de que, durante a gestão do Dr. Roberto Sahium nesta pasta, foi construído, em parceria com a iniciativa privada - uma associação de pequenos produtores -, um abatedouro para peixes e aves. Como está esse projeto?"
Major Negreiros - Esse projeto está parado. Aliás, nunca avançou. Por quê? Porque não deu certo. Eu entendo que essa responsabilidade ficar nas mãos do município é, até certo ponto, inviável, pois os governos mudam.
Quando um novo governo assume, muitas vezes ele não tem o sentimento de continuidade ou busca fazer uma revanche em relação ao antecessor. Isso atrapalha. Eu acredito que, para funcionar, seria necessário estabelecer uma parceria público-privada.
Acho que esse modelo funciona muito melhor. Temos aqui o frigorífico no Santa Fé, que é de peixe, e está em comodato com um empresário que está comprando os equipamentos e se reorganizando para que possa operar. Atualmente, já temos contêineres para abate de peixes, com capacidade para 500 quilos por dia, e da mesma forma para o frango, que pode ser trazido para o município.
Estamos realizando um estudo, e os técnicos estão trabalhando nesse sentido para que, em breve, possamos buscar benefícios para nossos produtores, permitindo que eles realizem o abate aqui e vendam seus produtos localmente.
Cerrado Rural - A atual gestão pretende reativar a parceria com esse frigorífico?
Major Negreiros - Estamos em conversação. Há interesse do prefeito e também da nossa pasta. O que queremos é incentivar tudo que beneficie nossa cidade e nossos produtores. A prefeitura está disponível e de portas abertas para colaborar. Queremos ajudar nossos produtores para que eles possam, como já mencionei, produzir com facilidade, ter benefícios e vender seus produtos aqui para a nossa comunidade.
Cerrado Rural - Secretário, considerando as modalidades de tanques, tanto os tipo rede, quanto os escavados e suspensos, Tocantins possui uma capacidade de produção de quase 900 mil toneladas de peixe de cultivo por ano. Somente o município de Palmas tem capacidade para quase 200 toneladas. No entanto, esse setor de proteína animal, apesar de todo o potencial que o município e o estado apresentam, enfrenta muitas dificuldades. Qual seria a proposta da atual gestão para alavancar um projeto já existente em Palmas, que é o Bom Peixe, no projeto Sucupira, além de outras iniciativas de nível empresarial e familiar? Quais seriam as propostas para fomentar a piscicultura no município, que é uma das grandes vocações econômicas da região?
Major Negreiros - Esse projeto lá é iniciativa do Governo Federal, não sei se você tem conhecimento disso...
Cerrado Rural - Sim, sim.
Major Negreiros – Aquelas famílias de pequenos produtores vivem hoje até em uma área de forma clandestina, porque a área não está legalizada, aquela área lá do Bom Peixe.
O Estado teria que buscar viabilizar, por exemplo, as condições são precárias da forma que aquele povo vive, que povo trabalha, não sei se você já foi lá...
Cerrado Rural - Sim, sim, conheço bem.
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Major Negreiros - Nós oferecemos condições de transporte para os produtores, como, por exemplo, a melhoria das estradas. Recentemente, estamos com as máquinas trabalhando para melhorar as vias, permitindo que eles possam escoar seus produtos.
No entanto, não temos a intenção de ser os protagonistas nesse processo, até porque se trata de um projeto do Governo Federal. Nem mesmo o Governo Federal tem conseguido dar conta, concorda? Eles elaboraram o projeto, mas não têm oferecido mais assistência. Assim, temos ajudado os produtores, que têm nos procurado, e a Prefeitura está sempre de portas abertas, como mencionei anteriormente.
Estamos pensando em adquirir um caminhão frigorífico móvel, que possa ser utilizado para o abate do peixe. Também temos um projeto voltado para os pescadores da região do Taquari, que precisa de assistência. Contudo, é importante ressaltar que não devemos assumir esse protagonismo; essa é uma responsabilidade do produtor. O produtor realiza seu trabalho, e nós buscamos oferecer a parte logística e a assistência necessária.
A Prefeitura está sempre à disposição para isso. Precisamos ser provocados, e os produtores devem nos procurar para que possamos trabalhar juntos.
Cerrado Rural - Mas, de qualquer forma, o município se beneficia, de uma forma ou de outra, do projeto. A propósito, há uma iniciativa do município para atrair investidores para esses projetos de nível federal que existem na região?
Major Negreiros - É, justamente, precisamos buscar essa parte. Eu estava até agendando uma reunião com o Secretário de Agricultura do Tocantins para hoje à tarde, justamente para discutirmos. Estamos há 30 dias na gestão e começando a arrumar a casa.
Tínhamos uma agenda marcada para hoje à tarde com esse Secretário, mas, infelizmente, foi cancelada. Vamos buscar uma nova data para realmente discutirmos esses projetos juntos e ver como podemos somar esforços, tanto do município quanto do conjunto, para ajudar esses produtores e também atrair novos investimentos para a região.
Cerrado Rural - Um dos seus antecessores aqui na Secretaria de Agricultura e hoje no Serviço Interior, Roberto Sahium, tinha um projeto para a construção de um entreposto para os projetos de piscicultura. Como está esse projeto? Está engavetado?
Major Negreiros - Não deixou nada aqui. Sabemos da capacidade do Dr. Roberto Sahyun; ele é formado nessa área e é capacitado para isso. Incentivava muito e, recentemente, na semana passada, aqui na área do São João II, ele fez uma palestra justamente para induzir as pessoas da localidade a produzir mais. Não temos dúvidas sobre a capacidade dele, mas não ficou nada concreto nesta Secretaria para que pudéssemos dar continuidade. Até porque, depois do Roberto Sahyun, eu passei por aqui, o secretário Tiago também passou e o Dr. Carlos Vargas esteve aqui, e nenhum desses secretários recebeu esse projeto para dar continuidade.
Então, talvez tenha sido um projeto mais de iniciativa dele do que da própria gestão.
Cerrado Rural - Secretário, além da agricultura familiar como potencial econômico do município, temos a agricultura empresarial - de grãos - em terras altas. Há ainda muito campo a ser explorado para a produção de milho, soja e até algodão. Qual é a visão do município, da atual gestão, e a sua em particular, sobre o fomento e a agregação de valor para o município desses projetos empresariais de grãos?
Major Negreiros - Olha, o empresário de grãos é muito independente. Ele tem um grande potencial financeiro e não tem nos procurado, mas nós, como pertencentes ao nosso município, temos a vontade de apoiar de uma forma ou de outra...
Cerrado Rural - Mas eu digo no sentido de capitalizar esse potencial. O chamado agronegócio lá em cima tem aumentado o comércio de máquinas, implementos agrícolas e toda uma cadeia que gera empregos e renda no município...
Major Negreiros – Isto. Temos dado as condições para que eles possam transportar seus produtos e retirá-los da roça.
O que precisamos? Precisamos procurá-los. Estamos apenas com 30 dias de mandato. Nesta secretaria, vamos buscar os grandes empresários, aqueles que produzem soja, milho e feijão, para que possamos nos unir à prefeitura e que a prefeitura também possa somar com eles, para que possamos caminhar juntos. Até porque eles pertencem ao município, produzem aqui, e sabemos que 100% do que eles produzem é exportado. Mas precisamos estar juntos para ampliar e oferecer apoio no que eles precisarem.
Porque, no final, eles também precisam. E essa é a responsabilidade do município. Não nos furtamos de estar ao lado deles, somando esforços e produzindo aqui para o nosso estado. Mesmo que em menor escala, eles têm contribuído para a geração de empregos no município.
Toda uma cadeia é beneficiada, e os impostos que eles pagam, mesmo na exportação, acabam retornando ao estado. Não há como evitar; eles retornam em forma de impostos e recursos para o município.
Portanto, precisamos somar esforços com eles. Somos parceiros, somos companheiros. Conheço muitos dos grandes proprietários e produtores aqui da serra, e estaremos procurando-os o mais rápido possível para que possamos caminhar juntos.
Cerrado Rural - Eu sei que o senhor, esses dias, esteve visitando a zona rural, conhecendo a logística, a infraestrutura e as estradas. Como está essa situação e qual é a proposta da atual gestão para melhorar a questão do transporte, das estradas e, inclusive, do transporte escolar? Como está essa situação?
Major Negreiros - Eu não só estive visitando, mas vivo isso diariamente. Moro em Palmas há 34 anos e fui vereador por três mandatos, totalizando 12 anos. Conheço rua por rua, setor por setor de Palmas e também a zona rural, pois moro em Taquaruçu. Conheço lugares como Macaquinho, Macacão, Ponta da Serra, São João 1, São João 2, Agrotins, Vão do Lajeado e Novo Progresso.
Aqui na cidade, conheço o Sonho Meu e o Jaú. Conheço casa por casa, porque vivo isso diariamente. Portanto, sei onde as estradas estão ruins. Já percorri essas vias, fui secretário e visitei todas as fazendas e chácaras de Palmas.
Conheço essa área como a palma da minha mão, pois vivencio isso todos os dias. E não sou secretário de gabinete; estou aqui (no momento desta entrevista) porque precisava te receber.
Ontem, andei por uma estrada que era de pioneiro, feita, se não me engano, na época do Raul Filho. Ela é anterior ao Raul Filho, mas a máquina passou lá ainda durante o mandato dele. Desde então, nunca mais passou uma máquina lá.
Ontem, fiz um percurso de 17 quilômetros montado em uma mula para conhecer a situação. E hoje cedo já estava com a equipe abrindo a estrada que dará acesso ao Taquaraçu Grande e ao Taquararuçuzinho, que fica por cima da serra, diminuindo esse percurso em média de 12 a 15 quilômetros, facilitando o acesso a Taquaruçu e Taquaraçuzinho.
Então, conheço essa área como a palma da minha mão. As estradas estão ruins? Estão. Por quê? Porque desde outubro não há máquinas passando.
Estamos em um período chuvoso. Dá para fazer tudo de uma vez? Não dá. Por quê? Porque existe o risco de tapar buracos e criar lama.
Portanto, fazemos um paliativo, principalmente nas estradas que atendem ao transporte escolar. Isso é para dar mais fluidez ao trânsito e garantir que as crianças não sofram tanto. Entretanto, as manutenções das estradas eram realizadas apenas nas vias principais, no grande eixão.
Os pequenos ramais muitas vezes não eram atendidos. Faziam o eixão e você tinha dificuldades. Muitas vezes, as crianças andavam 3 ou 4 quilômetros, porque o transporte escolar não buscava na porta. Por quê? Porque apenas o eixão era atendido. Agora, estamos fazendo todos os pequenos ramais para chegar à porta das fazendas e facilitar o acesso.
Esse é o nosso trabalho. E a prefeitura tem dado condições. Hoje, já estamos trabalhando aqui. Você vê, começamos no dia 1º, tomamos ciência da situação da secretaria no dia 2 e, no dia 3, não havia nenhuma máquina para trabalhar.
Reativamos o processo de aluguel das máquinas e, no dia 10, dia 15, já estávamos trabalhando todos os dias, atendendo as emergências e fazendo com que o trânsito flua da melhor forma possível na zona rural. Já fizemos todas as áreas de chácara do Taquari, completamos a Agrotins e estamos trabalhando no Taquaruçu Grande, próximo à escola Fidêncio Bogo. Estamos passando com as máquinas e faremos o Coqueirinho. Já finalizamos o Vale da Cachoeira por completo e estamos saindo na Rivoli, ali no Água Fria. Já atendemos o Sonho Meu, fizemos o (Clube OAB) e já trabalhamos na Pousada Mahali.
O nosso município tem uma média de 8 mil quilômetros de estrada que precisamos atender, certo? E temos que fazer isso em menos de 60 dias, sem perder o período chuvoso. Se você está com a máquina passando aqui e, quando o sol sai, você tem que parar. Você precisa deslocar a máquina para onde o sol está, para continuar trabalhando e não interromper o equipamento.
Portanto, é necessário ter toda essa visão logística para que as coisas funcionem. Já pensou? Ah, não, hoje está chovendo. Se choveu, a máquina vai parar? Não, está chovendo em uma região. Se está chovendo no Vale da Cachoeira, eu transporto a máquina para o Taquari, onde não está chovendo.
Se começou a chover no Taquari, eu tiro a máquina de lá e a levo para o São João, onde também não está chovendo. É preciso ter essa dinâmica diária para que tudo funcione, e nós temos feito isso.
Cerrado Rural - Secretário, há um entrelaçamento, há uma parceria da sua pasta com a pasta da Educação e a pasta da Saúde, para fomentar a compra de produtos da agricultura familiar do município?
Major Negreiros - Sim, esse trabalho já é feito em conjunto, porque as escolas precisam e os produtores necessitam vender seus produtos para elas.
Portanto, isso já é realizado anualmente. Estamos promovendo reuniões com o pessoal da agricultura familiar. Aqui, temos o CAF, que é o cadastro que facilita esse trabalho. Já fizemos uma reunião com a secretária de Educação, Débora, e conversei com a pessoa responsável pelo transporte escolar, que traça as rotas. Já visitei as rotas escolares com meu técnico e o técnico da Educação, em parceria, para que tudo funcione. A Prefeitura é uma só; não há dissociação entre a Secretaria de Agricultura, a Secretaria de Educação e a Secretaria de Saúde. Trabalhamos em conjunto.
Também estive com a Secretária de Saúde, discutindo um projeto que temos em mente: vivências terapêuticas para mulheres da zona rural. Levaremos palestras e psicólogos para essas mulheres, considerando a situação de violência que muitas enfrentam...
Cerrado Rural - Extensão rural social.
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Major Negreiros - É verdade, a união e a colaboração entre as diferentes partes da administração pública são essenciais para um bom atendimento à população. Focar no bem-estar do cidadão e trabalhar juntos em prol de um objetivo comum, como o projeto do Eduardo Siqueira, é fundamental para o desenvolvimento do município. A mobilização da comunidade e o trabalho conjunto podem fazer uma grande diferença na qualidade dos serviços prestados, especialmente na zona rural, onde as necessidades podem ser diferentes e específicas. A construção de um diálogo aberto e a superação de divergências são passos importantes para alcançar resultados positivos.
Cerrado Rural - Para finalizar, vou mexer com o vizinho. Temos, na divisa de Palmas com Porto Nacional, um grande projeto de irrigação que poderia abastecer a rede hoteleira, hospitalar e, principalmente, os supermercados. No entanto, é problemático e nunca conseguiu se estabelecer adequadamente. Embora esteja no município de Porto Nacional, quem mais deveria se beneficiar dele é Palmas. Há a intenção da atual gestão, do prefeito Eduardo Siqueira Campos, de conversar com o Governo do Estado para melhorar e alavancar esse projeto?
Major Negreiros - Pela visão que tenho e pelo conhecimento que nosso prefeito possui, uma visão democrática e de estadista, ele já conversou com o Governador e discutiu vários assuntos. O que temos aqui em Palmas? Diversos temas que o Estado governa dentro da cidade. Talvez você não saiba que algumas quadras têm sido alvo de assaltos em diversas áreas. Portanto, há a intenção do Prefeito de se reunir com o Governador, e este também precisa abrir espaço para dialogar com o Prefeito.
Precisamos sentar com o prefeito Ronivon (Maciel Gomes), da Prefeitura de Porto Nacional, e discutir a colaboração entre as prefeituras de Porto Nacional, Palmas e Monte do Carmo. O que não podemos permitir é que um projeto dessa magnitude fique abandonado. Hoje mesmo, recebi aqui o secretário de Agricultura do município de Monte do Carmo, que está localizado em uma das fronteiras de Palmas.
Por quê? Porque temos uma área da Piabanha, que faz divisa com o Monte do Carmo, onde as crianças frequentam uma escola mais próxima da Luiz Nunes, na Buritirana (distrito de Palmas), do que da escola em Monte do Carmo. Assim, o ônibus percorre mais de 60 quilômetros para buscar essas crianças e levá-las a Monte do Carmo. Estando aqui em Palmas, poderíamos sentar e discutir formas de facilitar a vida dessas crianças.
É fundamental que haja abertura entre os desenvolvedores, o governo do Estado, a Prefeitura de Palmas, a Prefeitura de Porto Nacional e a Prefeitura de Monte do Carmo, para focarmos na criação de um grande consórcio na região metropolitana de Palmas. Precisamos trabalhar em conjunto, pois o grande objetivo de um gestor deve ser promover o bem-estar das pessoas que realmente precisam. O projeto do São João, por exemplo, é grandioso e não pode permanecer desvalorizado, abandonado e sem assistência, tanto do município quanto do Estado.
Acredito que as mentes pensantes do Estado e da Prefeitura de Palmas, de forma democrática, precisam se reunir. O Eduardo é aberto a isso; ele já demonstrou ser um grande estadista e gestor. Tenho certeza absoluta de que ele se reunirá com o governo do Estado e encontrará soluções para esse projeto o mais rápido possível, pois, caso contrário, ele está fadado ao fracasso.
Cerrado Rural - Muito obrigado por essas informações e pela oportunidade de estar aqui com o senhor.
Major Negreiros – Eu que agradeço e estou à disposição.
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