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GRIPE AVIÁRIA | Bahia reforça estratégias de biosseguridade contra a doença

GRIPE AVIÁRIA | Bahia reforça estratégias de biosseguridade contra a doença

Data de Publicação: 23 de maio de 2025 16:39:00 Em encontro com representantes do setor avícola, a Adab discute ações para mitigar os riscos da Gripe Aviária (H5N1) no estado, destacando a importância da colaboração entre órgãos públicos e privados.

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Da redação

Para abordar as estratégias de biosseguridade em relação à Gripe Aviária (H5N1) no Brasil, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) participou, na última terça-feira, 22, de uma reunião do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (Coesa). Este comitê desempenha um papel crucial na cadeia produtiva do setor avícola e reuniu representantes de instituições públicas e privadas na sede da Superintendência do Ministério da Agricultura, em Salvador.

Encontro contou com a presença de dirigentes e fiscais da
Adab e do Ministério da Agricultura (Mapa), além de membros
da Associação Baiana de Avicultura (ABA) (Foto: Adab)

), empresários, médicos-veterinários e profissionais responsáveis pela produção de frango de corte e matrizeiros, bem como representantes de empresas fornecedoras de ração e insumos.

- Estamos diante de uma responsabilidade compartilhada. O objetivo é unir esforços para enfrentar esse desafio, minimizando os danos ao setor e à cadeia produtiva da avicultura - afirmou o coordenador do Coesa, André Pazos, que considerou o encontro muito produtivo.

- É essencial que tenhamos atualizações constantes e um entendimento claro do cenário atual. Esta reunião nos permite expor nossas dificuldades e avanços. A cadeia produtiva é interconectada; se um elo falha, compromete todo o setor. Todos temos interesse em evitar a propagação da doença no estado ou em que o enfrentamento ocorra rapidamente e com o menor impacto possível -  justificou.

- A expertise do Mapa e da Adab, junto com o comprometimento do setor produtivo, é fundamental - concluiu.

Na reunião, Carlos Augusto Chaves, diretor de sanidade animal da Adab, apresentou a nova coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA), Estela Brandão. Ele destacou que a prioridade neste momento é proteger a avicultura baiana, uma cadeia vital para a economia e a geração de empregos. A confirmação do vírus H5N1 no Brasil exigiu a revisão e adoção de novos protocolos de segurança.

Camile Andrade, coordenadora de vigilância epidemiológica da Adab, apresentou os procedimentos de defesa sanitária animal que serão fortalecidos após a detecção do vírus de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no país.

- Mobilizamos nossas equipes de defesa animal para atender qualquer suspeita da doença, seja em aves domésticas, silvestres ou migratórias, e intensificamos a vigilância nas granjas e adjacências -  informou.

O primeiro passo, segundo Camile, foi o rastreamento para verificar a possível destinação de ovos férteis ou pintos para a Bahia.

- Confirmamos que não houve trânsito dos ovos do matrizeiro onde ocorreu o foco da influenza aviária no Rio Grande do Sul. Nosso foco agora é reforçar a vigilância, os cuidados e a educação sanitária sobre biossegurança nas granjas. É crucial que os produtores notifiquem a Adab -  enfatizou.

Sinais da doença

Ao identificar aves com sintomas característicos, a orientação é informar imediatamente à Adab.

- Os sinais incluem apatia, falta de apetite, dificuldade respiratória, inchaço na cabeça, pescoço e crista, diarreia e alta mortalidade, ou uma queda brusca na produção de ovos. Nesses casos, a orientação é que o manejo das aves seja suspendido. A Adab tem um prazo de até 12 horas para atender a suspeitas. É nesse momento que a Adab se dirige à propriedade, seguindo os critérios de biossegurança estabelecidos pelo Mapa, garantindo a segurança do produto e da saúde pública - detalhou Camile.

"A colaboração entre os setores público e privado é fundamental para conter a Gripe Aviária e garantir a saúde da avicultura."

A agência criou canais exclusivos para notificações, coordenados pelo PESA, disponíveis pelo telefone (71) 3194-2098 / 2099 / 9.9627-9797 ou pelo e-mail pesa@adab.ba.gov.br.

Comércio e trânsito
Embora haja restrições temporárias às exportações brasileiras de carne de aves, os órgãos reguladores garantem que o consumo de carne de frango e ovos não apresenta riscos. É recomendada a preferência por produtos inspecionados, com selos federal, estadual ou municipal.

Importante ressaltar que o Brasil é o segundo maior produtor de proteína de frango do mundo, com 15 milhões de toneladas, e o maior exportador, atendendo a 151 países. Nesse cenário, a Bahia se destaca como o maior produtor do Nordeste e o nono do Brasil.

Quanto à destinação, as aves, ovos férteis e pintos que chegam ao estado são provenientes, principalmente, do Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais e nenhum dos referidos estados estão sob suspeita de Influenza Aviária, no momento.

- Mesmo, com o risco minimizado por essa condicionante, a Adab manterá o monitoramento no rastreamento de trânsito, além de reforçar também as ações de barreiras móveis e em postos fixos de trânsito -  enfatiza Camile Andrade.

Atualmente, ainda conforme Camile Andrade, a Adab tem 22 postos ou barreiras sanitárias fixas no estado da Bahia, sendo a sua maioria localizados em regiões de divisa. Vale ressaltar que é o estado com o maior número de divisas (oito), o que torna imprescindível esse reforço com as ações de trânsito, além das ações de vigilância, reforçadas em biossegurança nas propriedades.

Para o setor produtivo, a orientação é de que seja intensificado o controle de entrada de pessoas, veículos, produtos e subprodutos nas granjas e empresas; que fossem revisadas telas e forros para evitar a entrada de pássaros e aves migratórias nas unidades de produção, além de intensificar limpeza das casas sanitárias com produtos específicos.

Importância

Conforme a Associação Baiana de Avicultura (Aba), a Bahia produz cerca de 60% da proteína de frango que consome, os outros 40% são provenientes de outros estados, em sua maioria, de Minas Gerais, devido à proximidade territorial. As principais regiões produtoras da proteína de frango são o extremo-sul, oeste e recôncavo baiano, este último o mais antigo, tendo a cidade de Conceição da Feira como grande expoente da atividade. Isso se deve à proximidade com cidades como Feira de Santana e Salvador, grandes centros consumidores.

Já o Cerrado baiano, o oeste do Estado, tem atraído empresas devido à grande disponibilidade de ração para alimentação animal, facilitando o desenvolvimento da cadeia produtiva e barateando os custos.

Com informações da Adab.

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