Perspectiva do prédio do Hospital da Gente (Foto: Divulgação)

Por Antônio Oliveira

Acompanho, há anos, a luta de alguns homens e mulheres de boa vontade para amenizar o sofrimento das pessoas com câncer e seus familiares em Barreiras e região oeste da Bahia. Atualmente, essas pessoas recorrem ao Hospital de Base de Brasília,  a outro hospital de Salvador ou até mesmo ao Hospital do Amor (antigo Hospital do Câncer), em Barretos (SP) - 600 km, 900 km,  e 2 mil km de distância de Barreiras, respectivamente, aumentando ainda mais as dores que o mal acarreta ao seu portador e entes queridos. Essa união deu origem ao Instituto do Câncer do Oeste da Bahia (ICOB), ideal nascido principalmente entre rotarianos.

O movimento tem crescido e ganhado força graças não só a esses abnegados seres humanos mas, também, a vocação que o empresariado e profissionais liberais, principalmente de Barreiras, sempre tiveram para a solidariedade. Sempre que convocados os dois segmentos chegam junto, conforme suas condições.

Durante a realização da Bahia Farm Show, feira baiana de agrotecnologias, realizada entre os dias 6 e 10 próximos passados, me surpreendi e me encantei com a apresentação do projeto arquitetônico do Hospital da Gente, que será construído pelo ICOB, a um custo de mais de R$ 100 milhões. É uma proposta arquitetônica moderna e humanizada, que mais parece um hotel de cinco estrelas com suas áreas temáticas relacionadas a rica hidrografia do Cerrado baiano.

Apresentaram o projeto e todo o esforço do ICOB no local certo: entre empresários de toda a cadeia produtiva do agronegócio baiano.

Como se sabe, o agro do oeste baiano também tem a virtude da solidariedade, de estar de mãos dadas à sociedade, sobretudo em causas filantrópicas. Ele haverá de contribuir muito, por meio de fundos, da realização de leilões, da venda de máquinas e implementos, doações diretas, principalmente em sacas de grãos – como já está sendo feitos em soja e em gado -, e da renda do estacionamento do complexo da Bahia Farm Show durante a realização dos eventos.

Como exemplo dessa boa vontade e solidariedade do agro, lembro do Fundesis (Fundo para o Desenvolvimento Sustentável e Integrado da Bahia), mantido pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) por meio do Instituto Aiba. O programa, executado em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil e com o Sicredi, saiu dos R$ 296 mil, em 2007, quando foi criado investindo no apoio à seis projetos, para R$ 2, 7 milhões em 2022, beneficiando 44 projetos de 10 municípios do oeste da Bahia. É pouco, mas ajuda muito as instituições filantrópica voltadas para a educação, saúde, esporte, cultura, agricultura familiar etc. Mas se alguém tiver a boa vontade de chegar junto aos expositores de máquinas e implementos durante algumas edições da Bahia Farm Show, sugerindo a destinação – não compulsória - de percentual mínimo  da venda de produtos e serviços durante duas a quatro edições seriam o suficiente para, ao menos,  a construção da primeira etapa do projeto, orçada em R$ 50 milhões.

O Hospital será construído em Barreiras e sua área já foi doada pelos poderes públicos - Prefeitura e Câmara Municipal de Barreiras.  O projeto arquitetônico foi elaborado por uma consultoria especializada na construção hospitalar. O Hospital contará com 15 consultórios,12 boxes de coleta, 10 boxes de infusão, 20 boxes de quimioterapia, 10 leitos de internação de curta e média permanência, 2 salas de procedimentos cirúrgicos, 12 salas de exames, 2 salas de endoscopia e 1 auditório. 

Momento certo de lançar um projeto de grande envergadura e alcance social, por o oeste baiano ter como um dos líderes no agro baiano, o produtor rural, presidente do sistema Aiba, Odacil Ranzi, um grande homem com uma sensibilidade social muito grande. Afirmo isto porque o conheço desde quando ele chegou ao oeste da Bahia, oriundo do Rio Grande do Sul para lançar as primeiras sementes de soja no então improdutivo “gerais”.

E o verdadeiro líder agrega. É minha provocação, sim. Mas fundamentado em possibilidades reais.