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OPINIÃO - A retomada dos processos do borracheiro José Valter Dias contra produtores rurais

OPINIÃO - A retomada dos processos do borracheiro José Valter Dias contra produtores rurais

Data de Publicação: 24 de agosto de 2024 16:35:00 José Valter Dias, o borracheiro que se tornou o maior latifundiário da Bahia, voltou a pressionar os produtores rurais no oeste da Bahia, mantendo sua estratégia de litigar incessantemente

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 José Valter Dias, o borracheiro que se tornou o maior latifundiário da Bahia, voltou a pressionar os produtores rurais no oeste da Bahia, mantendo sua estratégia de litigar incessantemente

 

Por Antônio Oliveira

Recebi da Capital baiana a informação de que o borracheiro José Valter Dias, residente em Formosa do Rio Preto, município situado aos pés da Serra Geral, no oeste da Bahia, retomou os processos judiciais contra os mais de 300 produtores rurais. Esses produtores estão ativos desde 1984, quando a terceira etapa do Prodecer (Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados) foi implantada, cultivando grãos em uma área de 366 mil hectares no Cerrado do município.

Para quem não está familiarizado com a história, aqui vai um resumo: em torno de 1990, um borracheiro tornou-se, de repente, o proprietário desta área de assentamento empresarial do Prodecer. Na época, José Valter Dias foi conhecido como o maior latifundiário da Bahia, e a maneira como ele adquiriu essa área permanece um mistério. Uma operação da Polícia Federal levantou suspeitas sobre seu envolvimento em esquemas de grilagem de terras, com alegações de que ele teria comprado os direitos de herança de uma área que não possuía limites definidos na ação.

O borracheiro José Valter em rara aparição pública (Foto: Divulgação/Google)

Em 2017, no decorrer do processo, com a influência de figuras importantes da justiça local e estadual, foi concedida uma liminar durante a temporada de colheita, determinando a desocupação da área. Os agricultores, não consultados no processo, viram-se forçados a fechar acordos extorsivos, pagando parte de sua produção para permanecer em suas próprias terras, como relatado pela Polícia Federal.

A investigação revelou que o valor exigido variava entre 25 e 80 sacas de soja por hectare, com possibilidade de parcelamento em média de seis anos. O Ministério Público Federal (MPF) apurou que o total pago pelos agricultores chegou a R$ 1 bilhão.

Recentemente, em maio, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou pedidos de Joilson Gonçalves Dias e de seu pai, José Valter Dias, ambos investigados pela Operação Faroeste, para a indicação de um assistente técnico para elaborar um parecer sobre os documentos contábeis e constitutivos da empresa JJF Holding, que receberia os valores dos acordos em ações anteriores. Esta foi a última atualização sobre as investigações contra a família, que ainda é alvo da Operação Faroeste.

Atualmente, conforme relatado por produtores rurais da região, José Valter e seu filho retomaram a pressão sobre os fazendeiros da área conhecida como Prodecer. Com o início das investigações, Valter foi inicialmente representado pela advogada Rosane Rosolen, mas trocou de advogado e agora é defendido por Iran Furtado de Souza Filho. Apesar da mudança, a estratégia de litigar incessantemente contra os produtores até chegar a um acordo parece ter se mantido.

Como sempre, a Justiça é lenta, viaja de fusquinha e a esperteza, dando carona para a malandragem vão de jatinho...

#Prodecer #Justiça #Latifundiário #OperaçãoFaroeste #GrilagemDeTerra #OesteDaBahia #JoséValterDias

 

 

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