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ENTREVISTA: “A escuta ativa dos agricultores é a chave para um futuro promissor e sustentável", diz Pablo Barrozo

ENTREVISTA: “A escuta ativa dos agricultores é a chave para um futuro promissor e sustentável", diz Pablo Barrozo

Data de Publicação: 17 de maio de 2025 10:37:00 Nesta entrevista exclusiva, Pablo Barrozo, secretário de Agricultura da Bahia, destaca o compromisso em fortalecer os laços entre o agronegócio empresarial e a agricultura familiar, promovendo um desenvolvimento inclusivo.

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Por Antônio Oliveira

Neste sábado, tive a oportunidade de me encontrar com o novo secretário de Agricultura da Bahia, Pablo Barrozo, um barreirense formado em Direito, mas com ampla experiência no setor agropecuário. Em uma entrevista exclusiva, discutimos diversas questões relacionadas ao desenvolvimento da agropecuária na região, abordando a nova realidade do cacau, a agroindústria e a importância do diálogo entre produtores e o governo, enfatizando, a pedido dele, a necessidade de inclusão da agricultura familiar.

Segue a íntegra da entrevista.

Pablo Barroso, secretário de Agricultura da Bahia (Foto: Ascom/Seagri )

 

Cerrado Rural Agronegócios (CRA) - Secretário, qual é a sua percepção, a sua visão, da agropecuária em todo o estado da Bahia, com ênfase ao Cerrado Baiano?

Pablo Barrozo: Bem, é uma pergunta ampla, não é, Antônio? O agronegócio da Bahia tem se destacado, mas temos vários desafios a enfrentar, pois a Bahia é diversa e possui diversas culturas. A fruticultura no Oeste, por exemplo, é muito forte. Precisamos melhorar, em parceria com o governo federal, as linhas de transporte e escoamento, para que possamos, por meio de rodovias e ferrovias melhores, escoar a produção.

Em termos de tecnologia, já temos uma competitividade muito boa em relação ao resto do mundo. Atualmente, boas práticas tecnológicas e inovação estão presentes na agricultura, especialmente para os grandes agricultores. O agricultor familiar, por sua vez, tem recebido cada vez mais instrução e se preparado para realizar uma agricultura moderna, não apenas plantando como antigamente, mas utilizando técnicas contemporâneas e sabendo como vender seu produto.

Esses são os desafios, mas podemos ajudar, enquanto Estado, especialmente o agricultor familiar, com preparo, assistência técnica e incentivos fiscais. Já existem fundos que contribuem, como o Prodeagro e o Fundeagro, que ajudam nesse processo. Para você ter uma ideia, neste ano, serão investidos 80 milhões de reais em conjunto com as associações, para que possamos priorizar, sobretudo, infraestruturas e estradas ideais, em colaboração com a classe de agricultores.

Há uma série de desafios, mas estes podem ser superados por meio de um diálogo constante entre o governo do Estado, os municípios e os principais agentes, que são os agricultores, sejam eles pequenos ou grandes.

CRA - Ao assumir a Secretaria de Agricultura da Bahia, qual foi a determinação que você recebeu do Governador, levando em conta essa diversidade agrícola e pecuária da Bahia, principalmente na nossa região, o Cerrado baiano - na empresarial e na familiar?

Pablo Barrozo: Excelente pergunta. O governador Jerônimo Rodrigues é engenheiro agrônomo de formação e nasceu em uma cidade pequena, onde a agricultura familiar é fundamental. Por isso, ele tem um foco e uma sensibilidade enormes em relação a esse tema. Como secretário de Agricultura, imagine que o governador deve me cobrar bastante, dada a sensibilidade que possui.

A determinação dele é manter as ações positivas que já estão em andamento no governo e estabelecer um diálogo mais próximo, principalmente com as regiões mais distantes de Salvador. No Oeste, percebemos e ouvimos uma antiga queixa, que tem fundamento: a distância do governo do Estado em relação à região. Ao colocar um barreirense, um oestino, como secretário de Agricultura do Estado, ele envia um primeiro sinal claro de que deseja uma proximidade com a região e quer valorizar uma área que contribui tanto para o crescimento da Bahia quanto do Brasil.

A primeira orientação dele foi para que nos aproximássemos, mantivéssemos o que está funcionando e buscássemos, por meio do diálogo, construir novas pontes e ações para que o governo do Estado possa ajudar. É isso que tenho feito. Estou na região há quatro dias e já estive aqui três vezes. Tenho um mês e 15 dias como secretário e, neste momento, estou visitando todos os municípios, conversando tanto com grandes agricultores quanto com agricultores familiares.

"Um futuro próspero para a Bahia se constrói com a união de todos os segmentos da agricultura."

Hoje, estaremos visitando um assentamento em Riachão das Neves e conversando com a cooperativa de pequenos agricultores que cultivam cacau. Ontem, nos reunimos com os agricultores familiares de Cristópolis, junto ao prefeito (Valdo do Armindo) e ao sindicato. Também estive com o prefeito de Barreiras  (Otoniel Teixeira), que tem um papel fundamental nas decisões relacionadas ao crescimento da região. Tenho conversado bastante com o prefeito Junior Marabá, de Luís Eduardo Magalhães, que também tem grande relevância. Estamos abertos ao diálogo com todos, inclusive no que diz respeito à política, conversando com todas as correntes, pois o que realmente importa para nós é o resultado das entregas. Para isso, precisamos dialogar com todos.

CRA - A Bahia tem uma diversidade agropecuária muito grande: o Cerrado baiano, a Chapada, o Litoral. Vamos ficar aqui no Oeste da Bahia. Qual é o peso social e econômico da agricultura empresarial e familiar do Oeste da Bahia no contexto geral do Estado?

Pablo Barrozo: Olha, a arrecadação de ICMS é significativa e há muitos benefícios que ajudam a impulsionar a região. Contudo, é essencial que o Estado mantenha um diálogo constante com os representantes políticos da região, pois a política desempenha um papel fundamental nisso.

A política é de extrema importância, Antônio, porque é ela que orienta os rumos, especialmente da agricultura familiar e empresarial, e garante que os projetos avancem. Tenho conversado com todos os amigos envolvidos na política local, sem exclusão, enfatizando a necessidade de nos unirmos para desenvolver um planejamento e um projeto para a região. O Oeste cresce pela força de seu povo, mas enfrenta a falta de planejamento e de projetos adequados.

A diversidade de culturas aqui revela a capacidade dos agricultores e o desejo de crescimento das pessoas que vieram e que já moram nessa região. Barreiras e seus arredores foram formados principalmente por aqueles que residem aqui, assim como por pessoas que vieram de todo o Brasil e até do mundo, contribuindo para o crescimento da região e explorando seus recursos de maneira correta e digna.

Hoje, a ideia de que a agricultura agride o meio ambiente está ultrapassada. A maioria dos agricultores é extremamente responsável no uso de tecnologias e na preservação das áreas ambientais. Mantemos um diálogo constante com a Secretaria de Meio Ambiente, com o secretário Eduardo Doria e com o INEMA (Instituto do Meio Ambiente).

É necessário econhecer, inclusive, que a outorga de água pelo Estado e as autorizações para supressão vegetal precisam de mais agilidade. Precisamos nos comunicar melhor com empresários e pequenos agricultores para aumentar nossa eficácia e competitividade em relação a outros estados e países.

Portanto, esse diálogo que mencionei anteriormente é crucial para aproximar o Estado das necessidades e desafios enfrentados pelos agricultores, permitindo que cresçamos juntos, de mãos dadas.

CRA – Secretário, a produção de milho no Brasil tende a crescer, especialmente após a abertura do mercado chinês, resultado das articulações do Governo Lula na China recentemente. Além disso, as processadoras do grão têm se voltado para a produção de etanol e matéria-prima para ração, com base neste grão. No Cerrado baiano, essa situação não é diferente, especialmente com a chegada da Inpasa. O governador Jerônimo enviou alguma mensagem nesse sentido, considerando que ele fez parte da comitiva do presidente Lula?

Pablo Barrozo - Olha, estamos aguardando. O governador deve voltar da China amanhã e já marcou uma reunião para segunda-feira com alguns secretários, incluindo o secretário de Agricultura, para discutirmos em profundidade os temas abordados durante a viagem. Ele ainda não adiantou quais são os assuntos essenciais para o Estado.

Um dos principais motivos da visita à China foi, sem dúvida, abrir o mercado e buscar investimentos, além de facilitar o escoamento e a venda dos nossos produtos, já que a China é um grande mercado consumidor do que produzimos aqui. Vejo isso de forma muito positiva, Antônio. Acredito que a ida do governador à China, que, salvo engano, é a segunda ou terceira vez que ele realiza essa viagem enquanto governador, é fundamental para abrir mercados que consomem o que produzimos. Precisamos fortalecer esse elo.

Tenho o compromisso de te informar em primeira mão sobre os assuntos discutidos entre o governador e os chineses.

CRA: Pablo, o Cerrado Baiano tem nos surpreendido cada vez mais. Passou da monocultura da soja, que começou no início dos anos 1980, para uma diversificação significativa nos anos 1990 e 2000. Hoje, cultivamos café, algodão, milho, sorgo e muitas espécies de  frutas. Agora, de forma inesperada, surgiu o cultivo de cacau, produzido por um sistema inédito no mundo – a pleno sol. Como o governo está acompanhando esse processo? Qual é a política governamental para monitorar a implantação da lavoura cacaueira no Cerrado Baiano?

Pablo Barrozo - Primeiramente, é com grande felicidade que observamos o renascimento do cacau. No passado, essa cultura enfrentou enormes dificuldades, principalmente devido à vassoura de bruxa, especialmente na região de Ilhéus. Agora, temos a felicidade de ver o cacau se reerguendo, sendo uma matéria-prima essencial para diversos produtos e com um alto valor agregado. Essa cultura está se tornando uma nova oportunidade de exploração na nossa região.

É importante destacar que o crescimento das exportações da Bahia neste trimestre se deve em grande parte à produção de cacau. Tanto pequenos quanto grandes agricultores da nossa região já estão se dedicando a esse cultivo. Minha visita à cooperativa hoje tem como objetivo conversar sobre o cacau e entender de que forma o governo do Estado pode apoiar esses produtores. O governo está à disposição e pronto para trabalhar lado a lado, visando o crescimento conjunto.

O cacau é um motivo de orgulho para nós e as tecnologias empregadas em seu cultivo têm sido fundamentais. O desenvolvimento das plantações em Bom Jesus da Lapa, Riachão das Neves, Barreiras, Luiz Eduardo e Cocos tem sido surpreendente. Estamos atentos a esse crescimento e comprometidos em valorizar e apoiar essa importante cultura.

CRA: A região está dando os passos certos para se tornar o maior produtor de cacau do mundo, conforme desejado pela iniciativa privada?

Pablo Barrozo - Com certeza! Temos todos os mecanismos necessários para nos tornarmos um grande produtor de cacau. Já demonstramos, aqui na região, que o agricultor do Oeste tem capacidade de mostrar ao mundo que é possível produzir bem, de maneira sustentável e responsável, respeitando tanto o meio ambiente quanto o mercado. É com satisfação que observamos o crescimento do cacau na Bahia, especialmente na nossa região oeste. Gostaria de ressaltar que estou aqui representando o governador Jerônimo Rodrigues para dialogar com pequenos agricultores envolvidos no cultivo do cacau e de outras culturas, assim como com os grandes agricultores. Nosso objetivo é oferecer apoio, incentivo e, sobretudo, firmar parcerias. O governo do Estado está mais próximo do Oeste e continuará a se aproximar cada vez mais. Estarei aqui com frequência, conversando e dialogando, planejando o futuro em conjunto. Com certeza, iremos celebrar juntos os resultados que virão, cada vez melhores.

 

CRA: Vamos falar sobre parcerias. A política empreendedora de apoio à infraestrutura e as iniciativas de apoio as sociedades da região desenvolvidas pela AIBA (Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia) e pela ABAPA (Associação Baiana dos Produtores de Algodão), duas grandes corporações do agronegócio no Oeste, facilitam o trabalho do governo da Bahia?

Pablo Barrozo - A organização dos agricultores do Oeste da Bahia é algo louvável, pois ajuda na organização e na comunicação com o governo do Estado. Todos os pequenos e grandes agricultores que se organizam — sejam eles de soja, algodão, milho, café, cacau ou manga — merecem parabéns. Estamos aqui para unir esforços, e esse associativismo tem se fortalecido cada vez mais, e eu só tenho a parabenizar.

CRA: O que representa a infraestrutura desenvolvida pela AIBA e ABAPA para o governo?

Pablo Barrozo: É uma grande parceria! Os agricultores se preparam e investem para obter resultados financeiros positivos. O governo do Estado oferece incentivos tanto para grandes quanto para pequenos agricultores. Lá atrás mencionei dois fundos, o Fundeagro e o Prodeagro, que são programas de isenção do governo e que são utilizados aqui na região em parceria com as associações. O governo também auxilia de várias formas, não apenas com a obrigação de ser parceiro, mas com a sensibilidade que essa parceria representa na vida das pessoas. Quando você gera riqueza, seja como grande ou pequeno agricultor, você transforma a vida das pessoas. Portanto, essa é a principal obrigação do Estado: não dificultar a vida do agricultor, mas, se possível, ajudar e unir forças para que possamos crescer juntos. Esse é o nosso papel, e quero deixar claro que continuaremos nessa trajetória.

 

Pablo Barroso em entrevista exclusiva à Antônio Oliveira(Foto: Ascom/Seagri)

CRA: Secretário, produtos como a soja e o algodão ainda são, em sua maior parte, exportados in natura. Qual é a política do Estado para ajudar os produtores a atraírem investidores para agroindústrias, especialmente nos setores de soja e algodão e, assim, agregar valor a produção, gerar mais empregos e renda?

Pablo Barrozo - Antônio, excelente pergunta. Sou cada vez mais favorável à industrialização do interior da Bahia. Aqui na região, temos exemplos disso, como o Centro Industrial de Barreiras, que ainda está aquém do que é necessário. Ontem, discuti com o prefeito de Barreiras a urgência de criarmos um centro industrial mais robusto. Em Luiz Eduardo, já existe um que está avançando bastante, e também vejo potencial para um grande centro industrial em Formosa do Rio Preto, que já produz uma quantidade substancial de grãos, assim como outros municípios destacados como São Desidério e Barreiras. A industrialização do interior é fundamental; esse é talvez o tema mais importante a ser tratado. Precisamos acelerar essa discussão e dialogar tanto com a classe agrícola quanto com a classe empresarial, pois um centro industrial abriga muitas indústrias. Estamos falando de progresso e do planejamento do crescimento gradual da região nos próximos 10, 30 ou 50 anos. O centro industrial está diretamente relacionado a isso. Quando você menciona a necessidade de capacitar e melhorar a produção para que possa ser comercializada de forma mais eficaz, internamente ou externamente, uma das ajudas que o governo pode fornecer é trilhar projetos. Mas para isso, precisamos construir uma base sólida, que é fundamental para a cadeia produtiva. Acredito que o centro industrial seria a solução inicial mais importante para um crescimento sólido e escalonado da agricultura na região.

 

CRA - Voltando à agricultura familiar: a queixa deste setor sempre foi a falta de assistência técnica, especificamente, ter um técnico "porteira adentro". Como está hoje a política de extensão rural do governo da Bahia?

Pablo Barrozo: Olha, se você observar, Antônio, ontem participei de um evento do CONCID (Consórcio Multifinalitário do Oeste da Bahia), onde abordamos a regularização fundiária. Nossa região tem se destacado como a que realiza o maior número de regularizações fundiárias. Nesse contexto, falamos sobre a agricultura familiar. Atualmente, a agricultura familiar na região produz diversos itens que você encontra nos centros de abastecimento, incluindo produtos que poderiam ser vendidos mundialmente, mas que não são comercializados de forma adequada, devido à falta de organização. A Bahia possui um programa de agricultura familiar muito sólido, gerido pela Secretaria de Desenvolvimento Rural, com o secretário Osni, com quem temos uma forte parceria. Comprometi-me a trazê-lo aqui para apresentarmos esse programa, discutirmos diversos temas e consolidarmos os produtos do campo, para que possam ser escoados e vendidos, tanto na Bahia quanto em todo o Brasil. Temos uma diversidade enorme de produtos; por exemplo, ontem em Cristópolis, experimentei picolés de cascudo e de jatobá. Frutas nativas da região, como o buriti, poderiam ser melhor aproveitadas e comercializadas internacionalmente. O doce de buriti, por exemplo, não é conhecido aqui, ao contrário de outras regiões...

 

CRA -  O Piauí, que está vendendo doce de buriti para vários estados.

Pablo Barrozo - Pois é, muitas pessoas aqui ainda não conhecem. Essa falta de organização para a comercialização impede a solidificação de um mercado e a criação de uma identidade regional. Quando você estabelece uma identidade, fortalece a região e faz com que as pessoas venham buscar os produtos aqui. Essa identidade precisa ser promovida externamente. No agronegócio, a comercialização funciona de maneira diferente; já na agricultura familiar, é necessária uma consolidação que pode ser apoiada por municípios, pelo Estado e pelo Governo Federal. Essa é a nossa obrigação e o nosso desejo. Eu gostaria de estar aqui com o secretário Osni Cardoso para apresentar todos os projetos que estão sendo desenvolvidos pela Secretaria de Desenvolvimento Rural em relação à agricultura familiar, e que precisamos trazer para o Oeste.

 

"É importante destacar que o crescimento das exportações da Bahia neste trimestre se deve em grande parte à produção de cacau"

 

CRA - Para finalizar, secretário, gostaria de fazer mais uma pergunta  pois a sua equipe (assessores e técnicos do Estado) já está se mostrando impaciente conosco. O Oeste da Bahia tem se mantido há muitos anos como o segundo maior produtor de peixe de cultivo na Bahia, perdendo apenas para a tecnologia de tanques-rede em Glória. No entanto, a aquicultura aqui enfrenta desafios. Um exemplo disso é que uma filetadora de peixe foi prometida em 2014, durante um seminário que ajudamos a  organizar antes do evento Piscishow na região, promovido por este repórter. Mas essas unidade ainda está emperrada. Como você vê o potencial da região para a piscicultura e essa falta de infraestrutura?

Pablo Barrozo - Olha, as queixas em relação à falta de investimentos são antigas e estamos cientes delas. Isso inclui desde a falta de capacidade de energia para o crescimento da produção até a infraestrutura necessária para a bacia leiteira, que tem crescido bastante. Em relação ao crescimento da piscicultura, atualmente temos inclusive produção de camarão na região. Essas reivindicações são conhecimento comum, e muitas delas estão em andamento.

Assumi a Secretaria de Agricultura há um mês e quinze dias e estou aqui para mostrar que a região agora tem um secretário comprometido, sempre presente e que está ao lado do Governador, destacando a necessidade de trazer benefícios para cá. Reforço nosso compromisso de cuidar das boas ações que temos e de promover uma melhor integração.

As queixas relacionadas à piscicultura são bem conhecidas e, embora não possa prometer nada neste momento, posso me comprometer a manter o diálogo com toda a classe produtiva. Vamos estreitar esse diálogo, inclusive com a Bahia Pesca, para trazer mais investimentos para a área. Estou aqui com Paulo Baqueiro, que possui vasta experiência, principalmente relacionada à cooperativa de leite, que vem crescendo. Já marcamos uma reunião para discutir o aumento da produtividade e a necessidade de melhor infraestrutura para sustentá-la.

Estou aqui para conversarmos e trazermos soluções, deixando claro o que o governo do Estado pode fazer, seja em infraestrutura ou em outras questões. Portanto, Antônio, gostaria que você divulgasse minha resposta. Conhecemos as deficiências no diálogo entre o governo do Estado e a classe agrícola. Já conseguimos muitas coisas por meio de um bom diálogo, mas sabemos que há espaço para melhorias. Esse é nosso dever de casa: reavaliar e buscar crescer ainda mais. Esse é meu compromisso de trabalho, com clareza e transparência, para valorizarmos cada vez mais essa região.

 

CRA: Agora, sim,  finalizando. Secretário, qual a importância da Bahia no contexto geral da região do MATOPIBA em termos de agricultura e pecuária, claro?

Pablo Barrozo - Antônio, o contexto é imenso. Estamos vivendo um período de crescimento e planejamento conjunto com o Maranhão, Piauí e Bahia. Tenho dialogado com os três secretários dos estados do MATOPIBA, que compõem a região junto com a Bahia. Nossa missão é entregar um plano diretor ao presidente Lula, conforme estabelecido por lei, para que possamos avançar com um projeto sólido. Estou em contato com o presidente do consórcio do MATOPIBA e com o Pedro, superintendente do Ministério da Agricultura, para que possamos traçar um caminho comum e apresentar um planejamento o mais breve possível. Para isso, fiz questão de nomear Paulo Baqueiro, um engenheiro agrônomo da região oeste com vasta experiência e reconhecimento por sua capacidade técnica, para gerenciar esse grupo. Ele irá ouvir todos os agricultores e trazer as melhores práticas, visando a elaboração deste plano diretor baseado nas necessidades de produção de pequenos e grandes agricultores. Com isso, construiremos um plano de crescimento e valorização da região do MATOPIBA. Esse é mais um gesto do governo do Estado, demonstrando compromisso com a região, colocando à frente uma pessoa com uma história de vida dedicada à agricultura e ao agronegócio, que dialogará com todos os atores do mercado, que contribuíram para o crescimento da nossa região, para que possamos avançar juntos.

CRA: Veja bem, ainda nesse contexto, para finalizar, foi uma estratégia muito inteligente do governo da Dilma criar e institucionalizar a região do MATOPIBA, além de estabelecer uma agência de desenvolvimento, a Agência MATOPIBA. O governo Temer extinguiu essa agência, e o governo Lula a recriou, mas atualmente parece estar parada.

Pablo Barrozo - Exatamente. A criação da agência foi uma decisão sensível, reconhecendo a importância da região do MATOPIBA como uma fronteira agrícola estratégica. Como secretário de Agricultura do Estado, deixo meu recado a todos os agricultores: estamos aqui para planejar, ouvindo tanto os grandes quanto os pequenos agricultores, os produtores de agricultura familiar e do agronegócio, além dos pecuaristas. Juntos, poderemos desenvolver o melhor plano para o nosso estado. Fortalecer o MATOPIBA significa fortalecer a região e, consequentemente, o país. Diante disso, minha responsabilidade como secretário era escalar alguém qualificado para coordenar este trabalho, uma pessoa com compromisso e uma trajetória respeitável que pudesse ouvir a todos e apresentar o melhor plano diretor. Essa pessoa é Paulo Baqueiro, que já está na Secretaria de Agricultura. Tenho certeza, Antônio, que daqui para frente iremos avançar com essa coordenação e acelerar o trabalho na direção que a região merece. Certo? Vamos em frente!

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